Após alugar ilha australiana, companhia chinesa é acusada de expulsar moradores locais

© Foto / Pixabay / Monika HäfligerPraia em Queensland, Austrália
Praia em Queensland, Austrália - Sputnik Brasil
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Em 2019, a China Bloom, uma empresa chinesa, alugou por 99 anos uma parte da ilha australiana Keswick. Porém, os habitantes do local não têm se mostrado satisfeitos.

De acordo com a mídia, desde o início do contrato, os habitantes moradores da Ilha de Kewswick, localizada a 34 quilômetros de Queensland, na Austrália, se mostram desapontados com a nova gestão da região, se preocupando principalmente com o seu futuro ecológico.

Questões de propriedade mal resolvidas

Segundo o The Daily Mail, a China Bloom tem impedido os residentes da ilha de entrarem em sua própria casa, após a concessão do uso da região através do aluguel ter sido aprovada.

Os moradores locais foram proibidos de alugar suas propriedades ou promovê-las na plataforma Airbnb, já que seu acesso às praias também foi limitado. As famílias também afirmam que o novo proprietário chinês está matando o turismo na ilha, restringindo a aproximação de barcos e aeronaves, o que é visto como uma tentativa de tornar a ilha um ponto turístico exclusivo para visitantes de Pequim.

Uma ex-moradora da ilha, Julie Willis, revelou que ela e seu parceiro, Robert Lee, foram instruídos a desocupar a sua propriedade, a qual eles já alugavam por seis anos. A China Bloom alegou que eles agora teriam que pagar US$ 70 mil (R$ 365 mil) como um depósito se quisessem comprar a propriedade.

Willis contou à agência australiana A Current Affair que a empresa chinesa não quer moradores australianos na ilha. "Acho que eles [China Bloom] querem ter esta ilha apenas para uso do mercado de turismo chinês [...] tentando nos impedir de comprar imóveis. Não nos querem aqui".

Rayna Asbury, uma proprietária da ilha, acaba por suportar tal argumento ao observar que nenhum turista visitou o local desde setembro de 2019. De acordo com o relatório, a restrição de acesso foi estendida às águas da praia de Basil Bay, e até mesmo a um parque nacional que cobre 80% dos 550 hectares da ilha.

Contudo, as consequências da ocupação pela empresa chinesa se estendem muito além do conflito com os moradores.

Haverá consequências ambientais negativas?

Segundo relatos, a China Bloom está fazendo escavações na ilha, e potencialmente prejudicando o meio ambiente.

Desde setembro, os moradores locais estão preocupados com o futuro ecológico da ilha, argumentando que a escavação do litoral e a restrição de acesso ao parque nacional aumentam a preocupação com a marca ambiental deixada pela empresa chinesa.

Asbury, citada pela ABC News AU, disse que ficou particularmente chocada ao descobrir que Basil Bay, um local conhecido pela desova de tartarugas, foi amplamente escavado.

No entanto, um porta-voz do Departamento de Meio Ambiente e Ciência, citado pelo A Current Affair, afirmou que o departamento não encontrou evidências de um impacto ambiental negativo permanente no meio ambiente da ilha.

O agente da China Bloom na Austrália é uma empresa chamada Greaton Holdings, e o Daily Mail observou em seu relatório que a empresa está por trás de vários projetos de construção massivos em todo o país, particularmente hotéis e edifícios residenciais.

O Departamento de Recursos da Austrália disse em um comunicado que a sua responsabilidade "é trabalhar [...] para garantir que todas as atividades relevantes estejam de acordo com os termos do contrato de locação, especialmente como obras de requalificação de estradas, rampas de barcos, molhes e infraestrutura marítima da ilha pela China Bloom".

A empresa chinesa ainda não divulgou nenhuma declaração oficial sobre o caso.

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