Será que novas sanções estadunidenses podem colocar economia russa 'de joelhos'?

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Notas e cartões de crédito russos (foto referencial) - Sputnik Brasil
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Recentemente, a empresa Moody's avaliou os riscos relacionados com possíveis novas sanções estadunidenses contra os bancos estatais da Rússia. O doutor em Ciências Políticas e professor da Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, Andrei Manoilo, comentou a situação em uma conversa com a Sputnik.

Em um relatório preparado pela Moody's, que está à disposição da redação da Sputnik, se diz que as novas sanções dos EUA contra os bancos estatais russos, que estão hoje sendo discutidas no Congresso, dificilmente provocarão uma crise bancária geral caso sejam introduzidas, mas vão reduzir as capacidades das instituições financeiras para concederem créditos.

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"Acreditamos que as sanções maioritariamente dirigidas contra os bancos estatais dificilmente provocarão uma crise bancária geral, mas vão dificultar suas capacidades de conceder créditos e sustentar o crescimento. A baixa dependência russa dos métodos não tradicionais de exploração de petróleo limita as potenciais consequências pela ausência de participação estadunidense nos seus projetos petrolíferos", ressalta o documento.

Novo pacote de sanções norte-americanas contra a Rússia entrou em vigor em 27 de agosto e foi argumentado com acusações a Moscou de ter usado armas químicas contra seus próprios cidadãos (se trata do envenenamento de Sergei e Yulia Skripal no Reino Unido). A Rússia continua refutando essas acusações e propõe a realização de uma investigação conjunta do incidente, uma iniciativa descartada por Londres.

O segundo pacote de sanções, que se espera ser mais duro, pode ser introduzido em novembro, afetando os créditos concedidos para pessoas jurídicas russas e exportações e importações de mercadorias.

Em uma entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista Andrei Manoilo avaliou o efeito das sanções na economia russa, frisando que os EUA mudaram a tática da pressão através de sanções.

"Durante os primeiros seis meses após a introdução deste pacote das sanções certas estruturas bancárias vão sentir dificuldades, mas em geral isso não afetará toda a economia. Ao mesmo tempo, é importante entender que tanto o primeiro quanto o segundo pacote de sanções são bem calculados, já não são aquelas sanções setoriais que os EUA introduziam anteriormente. Hoje em dia os norte-americanos tem uma estratégia — eles introduzem-nas parcialmente, ou seja, introduzem a primeira parte, avaliam o efeito, corrigem essas sanções, introduzem o segundo, observam de novo como funcionam", explicou.

De acordo com o especialista, Moscou deve esperar ainda um terceiro e um quarto pacote.

"Mas isto não significa que mesmo com essas sanções calculadas e sistemáticas os norte-americanos possam colocar a economia russa de joelhos. Porque, em primeiro lugar, nem tudo na nossa economia foi analisado por eles e, em segundo lugar, a economia russa é bem flexível e tem experiência de adaptação a quaisquer influências externas, inclusive negativas. A economia está se modificando literalmente em andamento", resumiu.

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