Ex-embaixador dos EUA explica por que acusações de Netanyahu contra Irã vieram à tona

© REUTERS / Amir CohenO primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante uma coletiva de imprensa no Ministério da Defesa em 30 de abril de 2018
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante uma coletiva de imprensa no Ministério da Defesa em 30 de abril de 2018 - Sputnik Brasil
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As novas acusações feitas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contra o Irã alegando que o país estaria violando os compromissos do acordo nuclear, visam desviar a atenção pública da investigação contra ele, afirmou à Sputnik o ex-embaixador norte-americano na Arábia Saudita, Chas Freeman.

Na segunda-feira (3), o premiê de Israel afirmou em discurso divulgado na televisão que os agentes do serviço de inteligência israelense Mossad, obtiveram arquivos provando que o Irã possui um projeto nuclear militar apelidado de "Projeto Amad".

As afirmações de Netanyahu surgiram menos de 60 dias depois que ele foi interrogado pela polícia israelense no âmbito da investigação de um caso de corrupção que teria envolvido o premiê, o terceiro deste tipo aberto em menos de dois anos.

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"Isso será visto como um esforço inescrupuloso de Netanyahu para desviar a atenção de suas próprias dificuldades legais e políticas", assinalou Freeman.

Para militares iranianos, o incidente ressaltaria o papel de Israel na manipulação das polícias norte-americanas para empurrar os EUA a uma guerra com o Irã que Israel poderia iniciar, mas não terminar, opinou Freeman.

"Os iranianos vão perceber as artimanhas de Netanyahu como evidência adicional do medo quase psicótico que Israel tem do Irã, que retrata muito o sucessor da Alemanha Nazista como um inimigo implacável dos judeus", notou o diplomata.

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Ironicamente, ele acrescentou que as ações de Netanyahu até podem reforçar a posição financeira iraniana.

"Dessa forma, isso aumentará o medo da guerra no golfo Pérsico […] e o Irã desfrutará do aumento do preço do petróleo", argumentou Freeman.

Atualmente, Chas Freeman é diretor do Conselho Atlântico e atuou como chefe da Missão dos EUA e Encarregado de Negócios nas embaixadas norte-americanas em Pequim e Bangkok. Freeman também ocupou vários cargos de alto nível no Departamento de Defesa dos EUA. 

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