O estudo publicado na revista Geophysical Research Letters não anuncia nada de bom para a maior ilha do mundo, tampouco para o resto do planeta.
A culpa principal está no aumento da temperatura média durante os meses de verão, que desde 1990, vem crescendo a um ritmo de 2,2 graus Fahrenheit. A mudança climática não ajuda em nada e os pesquisadores do estudo advertem: o derretimento da Groenlândia dependerá do nível do mar nas próximas décadas. Assim, entender como a maior ilha do mundo, pertencente à Dinamarca, responde ao aquecimento global é necessário para elaborar um plano de ação.
"Temos que entender como a Groenlândia responde ao aquecimento se quisermos prever com precisão o nível do mar", argumentou Osterberg em uma entrevista no portal E&E News.
"Enquanto uma grande parte do gelo derretido atinge o oceano, uma parte considerável [não se derrete], convertendo-se em neve e voltando a fazer parte da camada de gelo. Os registros destes acontecimentos estão dentro da geleira", explica Osterberg.
Os cientistas podem acessar esse registro perfurando a superfície da camada de gelo e extraindo o núcleo da geleira, composto de muitas camadas de água congelada que serão analisadas em laboratório. O núcleo das geleiras proporciona aos cientistas todos os tipos de informações sobre a idade do gelo e o momento em que derreteram cada uma de suas camadas.
Os resultados avaliam que o aquecimento causado pela ação humana seja o maior fator, a longo prazo, nas taxas de derretimento da superfície da Groenlândia.
Desde 1993, o aumento do nível do oceano está subindo em um ritmo de 0,08 milímetros por ano, o que significa que em 2100, ele subirá em média 65 centímetros. Os cientistas se preocupam com o destino das cidades costeiras e, agora, também com o da Groenlândia.