Sinta-se em casa! Prisão 'mais humanitária' do mundo

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Nova prisão dinamarquesa Storstrom foi construída como uma pequena comunidade, onde os detidos vivem uma vida normal na medida possível, dando para ela o título de prisão mais humanitária do mundo.

O sistema penitenciário nórdico passou por um longo percurso de prisões, onde eram amputadas cabeças de prisioneiros ou os mantinham em calabouços, sem contar no trabalho escravo que muitos penitenciários eram forçados. Mas tal realidade não faz mais parte do que a Dinamarca considera certo: o país é conhecido mundialmente pela sua abordagem humanitária ao invés de condições severas.

A nova prisão Storstrom, recentemente aberta na Ilha dinamarquesa de Falster, não tem nada a ver com a ideia contemporânea de segurança máxima em prisões. Em vez disso, a segunda maior prisão do país nórdico – com capacidade para 250 prisioneiros – mais parece uma aldeia pequena, arquitetada para parecer e para ser. A instituição, que foi construída durante cinco anos e onde foram investidos US$ 160 milhões (cerca de 480 milhões de reais), cria as condições para os prisioneiros de vida normal, como se não estivessem aprisionados.

"Concentramos todos os edifícios ao redor de um centro de atividades conjuntas. Temos aqui uma praça com, por exemplo, a casa de atividades, mercearia, escola, igreja e uma sala devocional. Também nos esforçamos para promover comunicação entre os prisioneiros e os funcionários", o arquiteto Mads Mandrup disse ao jornal dinamarquês Berlingske.

No salão esportivo o tema principal é um barco cercado por gaivotas e ondas para dar uma impressão de espaço luminoso. Já nas celas, onde cada uma tem área de 13 metros quadrados e está equipada com o frigobar, banheiro e TV, podem ser inseridas mais janelas. As janelas do chão ao teto foram implantadas em uma posição especifica para que outros prisioneiros não vejam o que está acontecendo nas celas vizinhas e, ao mesmo tempo, para que todos consigam se deliciar com a paisagem das ilhas.

​De acordo com Rasmus Bo Andersen das Autoridades Correcionais da Nova Zelândia, a nova arquitetura facilita o trabalho dos detidos.

"Acreditamos que quanto mais ensinamos os prisioneiros a se comportarem na vida cotidiana, melhor eles poderão lidar com isso quando saírem. Há muitos prisioneiros que nunca tiveram uma vida real. Alguns têm má formação, outros não sabem como comprar produtos alimentares", disse Rasmus Bo Andersen, elogiando o modelo de prisão como uma sociedade pequena.

Depois da visita da Rádio Dinamarca à prisão, muitas pessoas expressaram preocupação, chamando as condições de "muito luxuosas" para uma cadeia. Contudo, este argumento foi destruído por Rasmus Bo Andersen.

"Em contraste com um quarto de hotel que é na verdade luxuoso, tiramos a liberdade de vocês. Vocês não podem abrir a porta e sair quando quiserem", Rasmus Andersen disse à Rádio Dinamarca.

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Apesar das condições – um tanto ideias, estar preso na Storstrom não tira o fato de ser um lugar com grades de 6 metros e repleto de câmeras. Além disso, há fios de aço no edifício para que os helicópteros não possam aterrissar no telhado.

A abordagem da Dinamarca quanto às reformas em prisões é típica em toda Escandinávia, região conhecida mundialmente pelas suas prisões humanitárias. No entanto, isso não impede que o assassino em série norueguês Anders Breivik de se queixar constantemente de "torturas" e "tratamento desumano".

​Breivik que foi condenado à prisão perpétua, o que na Noruega significa prazo de 21 anos, pode ser prolongado por um prazo indefinido, porque ele matou 77 pessoas. Vale destacar que esse assassino em série mora em uma cela de 31,5 metros quadrados em um complexo com três celas: uma é usada como sala de estar, outra como quarto e a terceira ele usa para se exercitar. Ele tem TV, computador com Internet e máquina de escrever, lugar para suas roupas e banheiro privados. Ele pode cozinhar e lavar a roupa. De acordo com estimativas prévias, a detenção de Breivik custa à Noruega US$ 530.000, ou seja, 1,5 milhão de reais.

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