Crise do Qatar pode afetar projeto chinês 'Um Cinturão, uma Rota'

© Sputnik / Aleksei Babushkin / Acessar o banco de imagensPraça da Paz Celestial (Tiananmen), em Pequim, é a terceira maior praça no mundo. Foto de arquivo
Praça da Paz Celestial (Tiananmen), em Pequim, é a terceira maior praça no mundo. Foto de arquivo - Sputnik Brasil
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A ruptura das relações diplomáticas entre o Qatar e alguns outros países líderes da região influenciará de modo negativo a economia do reino e pode desestabilizar ainda mais a situação no Oriente Médio. A Sputnik perguntou a especialistas chineses se a crise poderia afetar também a concretização da iniciativa "Um Cinturão, uma Rota".

A China tem todas as razões para se preocupar, pois a Arábia Saudita e o Qatar são fornecedores principais de gás e óleo à China, escreveu a Sputnik China.

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Ainda por cima, a China planejava estabelecer três zonas livres de comércio com os membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) de Bahrein, Qatar, Kuwait, EAU, Omã e da Arábia Saudita.

Enquanto os fornecimentos de óleo não serão afetados pela briga, é provável que a criação de zonas livres de comércio, que fazem parte da iniciativa "Um Cinturão, uma Rota", tenha que ser adiada.

Talvez seja por essas razões que Pequim não toma lado de ninguém no conflito atual e diz estar esperando que a Arábia Saudita, Bahrein, EAU e o Egito consigam resolver suas divergências com Doha através do diálogo.

Em entrevista à Sputnik China, Bian Yongzu, especialista do Centro de Pesquisas Financeiras de Chungyang, descreveu o Qatar e a Arábia saudita, ricos em óleo e gás, como elementos importantes do projeto "Um Cinturão, uma Rota".

"O projeto 'Um Cinturão, uma Rota', que visa estabelecer cooperação econômica entre países através da criação da infraestrutura e integração estreita, já foi apoiado pela Arábia Saudita, Irã e Qatar, países que consideram China o maior importador de gás e óleo. Isso significa que, apesar de alguns problemas temporários, a China não tem motivos para se preocupar [com o conflito atual]", disse Bian Yongzu.

O Professor Wang Yiwei da Universidade Renmin da China (também conhecida como Universidade do Povo da China) acredita que mesmo que os investimentos chineses não sejam diretamente afetados pelo conflito em curso, a instabilidade crescente na região pode influenciar negativamente na cooperação econômica chinesa com os países do Golfo Pérsico.

"Embora a instabilidade atual no Oriente Médio, incluindo situação cada vez pior no Iêmen, seja perigosa, é pouco provável que influencie nos investimentos chineses nos Estados do Golfo. No entanto, a cooperação entre a China e os países do CCG e negociações sobre a criação de zonas livres de comércio podem ser afetadas, mas é difícil prever até que ponto", sublinhou Wang Yiwei.

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Na segunda-feira do dia 5 de junho, Bahrein, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos declararam ruptura de relações diplomáticas com Qatar, acusando Doha de apoiar organizações terroristas e de interferir nos assuntos internos de outros Estados. O exemplo deles foi seguido também pela Líbia, Iêmen, Maldivas, Mauritânia, Maurício e pela Jordânia.

O Ministério das Relações Exteriores do Qatar negou as acusações e frisou ter pena da decisão dos países do Golfo de cortar relações com Doha.

O conflito diplomático ocorreu uma semana após a Cúpula Árabe Islâmica Americana em Riad, quando a agência de notícias qatariana publicou o discurso em nome do emir do país em apoio da cooperação com o Irã.

Posteriormente, o representante oficial da chancelaria do Qatar disse que o site da agência foi hackeado, então o discurso do emir publicado por hackers e nada tem a ver com o líder do Qatar.

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