Moscou se alarma com instalação de ogivas nucleares de baixa potência em submarinos dos EUA

© Foto / Domínio Público / Photograph CuratorLançamento de míssil Trident II (D5) a partir do submarino da classe Ohio USS Maryland
Lançamento de míssil Trident II (D5) a partir do submarino da classe Ohio USS Maryland - Sputnik Brasil
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A instalação de ogivas nucleares de baixa potência em submarinos dos EUA é uma deriva perigosa que pode ter resultados catastróficos, declarou o vice-chanceler da Rússia, Sergei Ryabkov.

Os Estados Unidos estão realmente reduzindo o limite de uso de ogivas nucleares, o que só atualiza a proposta da Rússia de não desencadeamento de guerra nuclear, afirmou Ryabkov.

"Nós reagimos a isto [à instalação de ogivas nucleares em submarinos dos EUA] com grande preocupação. Não porque consideramos uma ameaça à segurança do nosso país, pois a segurança [da Rússia] está seriamente garantida", reforçou o vice-ministro das relações Exteriores da Rússia.

O diplomata russo ainda salientou que o que causa preocupação são os regulamentos doutrinários usados pelos norte-americanos na esfera nuclear.

"Isso reflete que os EUA estão reduzindo significativamente o limite nuclear, e que eles admitem a possibilidade de travar uma guerra nuclear limitada com vitória deles", concluiu Ryabkov.

O Departamento de Defesa dos EUA confirmou na terça-feira (4) informações anteriores sobre a instalação pela Marinha de ogivas nucleares recém-desenvolvidas de baixa potência W76-2 em submarino que está patrulhando o Atlântico.

A Federação de Cientistas Americanos (FAS, na sigla em inglês) relatou na semana passada que a ogiva nuclear de 5 quilotons W76-2 se encontrava instalada no submarino portador de mísseis balísticos USS Tennessee, que deixou a base de submarinos de Kings Bay, no estado da Geórgia, no fim de dezembro do ano passado.

A ogiva nuclear de baixa potência W76-2 é uma versão modificada da ogiva de 90 quilotons W76-1, uma ogiva que pode ser instalada em misseis balísticos Trident lançados por submarinos.

"Esta capacidade suplementar reforça os mecanismos dissuasores e providencia aos EUA um armamento estratégico célere de baixa potência", informou em comunicado o subsecretário de Defesa para Política dos EUA, John Rood.

O subsecretário de Defesa fez notar também que a implantação "demonstra aos potenciais adversários que não existe qualquer vantagem no uso limitado [de armamento] nuclear porque os Estados Unidos podem responder de forma credível e decisiva a qualquer cenário de ameaça".

A nova postura nuclear dos EUA, documento que delimita a política de uso e desenvolvimento do arsenal nuclear de Washington, foi revista pela administração Trump em 2018. A revisão concluiu que o desenvolvimento pela Rússia de "armas táticas" similares necessitava de uma medida dissuasora ao mesmo nível.

Os defensores desta estratégia afirmam que, se a Rússia detonasse uma arma nuclear tática de baixa potência no caso de um conflito, os EUA poderiam hesitar ou se recusar a responder porque a maioria das armas nucleares de Washington são maiores em várias ordens de grandeza.

O rápido desenvolvimento de ogivas de baixa potência pode dissuadir a Rússia de usar seu próprio armamento, argumentam os apoiantes da nova postura nuclear de Washington, e permitir aos EUA responder proporcionalmente.

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