Rússia assegura liderança comercial no Ártico, deixando pouca chance para outros

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O presidente Vladimir Putin concedeu aos navios russos o direito exclusivo de transportar petróleo e gás ao longo da Rota Marítima do Norte, o percurso mais curto entre a Europa e a Ásia. Especialista russo explica como essa decisão econômica afeta a política internacional.

Em novembro, Putin explicou que este direito exclusivo permitirá aumentar os volumes de transportação marítima e fortalecer as posições das empresas de navegação ​​russas.

De acordo com a lei assinada por Putin, apenas navios com bandeira russa poderão transportar hidrocarbonetos ao longo da Rota Marítima do Norte. Esta norma entrará em vigor em 31 de dezembro de 2018. Ou seja, a partir desta data, a Rota Marítima do Norte, que atravessa o Ártico, será fechada para os navios com bandeiras estrangeiras.

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No entanto, isso não significa que a Rússia esteja fechando completamente a entrada para empresas estrangeiras, explicou o editor da revista Morskiye Vesti Rossii, Sergei Filimonov.

"Uma empresa estrangeira, se for registrada sob a bandeira russa, pode passar silenciosamente ao longo da rota como em qualquer outra parte do Ártico", disse Filimonov, citado pelo rádio Business FM.

Para que uma empresa estrangeira usufrua da rota em questão, ela deve expressar seu desejo, registrar e legalizar seus planos para obter bandeira russa. É por isso que esta lei é muito eficaz, disse o especialista.

Filimonov relembrou que a navegação no Ártico, na próxima década ou até mesmo nas próximas duas décadas, não se desenvolverá graças aos transportes, por exemplo, da Ásia para a Europa, mas do trânsito de matérias-primas.

"Há grandes depósitos lá, principalmente exportados pelo mar, em princípio, petróleo e gás liquefeito, então queremos conceder preferências às nossas empresas para exportar nosso petróleo", disse o especialista.

"E quanto à navegação, há um controle muito rígido, um navio espião não pode passar sem ser percebido sob uma bandeira estrangeira, isso é impossível, especialmente no Ártico, onde é necessário auxílio de um quebra-gelo na maioria dos casos. E os quebra-gelos são todos russos, simplesmente não há outros", disse o entrevistado para a rádio.

O volume de transportes de carga ao longo da Rota Marítima do Norte no último ano excedeu os maiores indicadores da época soviética e atingiu um recorde de 7,5 milhões de toneladas.

Esta rota do Sudeste Asiático para a Europa permite reduzir metade do tempo de transporte de mercadorias em comparação com as rotas tradicionais através dos canais de Suez e Panamá.

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