Após assinatura do acordo entre a China e o Irã no sábado (27), líderes iranianos estão pressionando ministros para revelarem detalhes da parceira estratégica de 25 anos firmada entre os dois países, alegando que o Irã vendeu sua soberania, de acordo com o The Guardian.
Na terça-feira (30), o porta-voz do governo, Ali Rabiei, disse que o acordo estava se tornando vítima de uma guerra de propaganda e que não havia obrigação legal de publicá-lo, dando a entender que a China estava atrapalhando a publicação, segundo a mídia. Analistas dizem que o pacto parece ser em grande parte aspiracional, mas o sigilo em torno da versão final forneceu um enfoque útil para os críticos.
Entre a oposição iraniana, uma petição foi iniciada acusando a China de assinar acordo com um país politicamente falido, e que o pacto poderia se tornar os tratados que o Irã assinou com a Rússia - os tratados de Gulistan em 1813 e Turkmenchay em 1828 - nos quais foram cedidas vastas extensões de território iraniano, segundo a mídia.
Pequim assinou um acordo de 25 anos com Teerã para aumentar a cooperação abrangente. Do lado chinês, haveria expansão da presença chinesa em bancos, telecomunicações, portos, ferrovias e outros setores. Em troca, a China receberia um suprimento regular e com grandes descontos de petróleo iraniano. Embora o acordo tenha sido anunciado como valendo US$ 400 bilhões (cerca de R$ 2 trilhões), os ministérios das Relações Exteriores dos dois países não confirmaram o valor negociado.
Também houve oposição por parte da população iraniana, que foi às ruas protestar contra a assinatura do pacto alegando que "o Irã não está à venda".
March 29 Tehran, #Iran
— kimianila (@kimianila) March 29, 2021
Iranians have taken to the streets to protest the 25yr agreement signed between the regime and China.
They are shouting "Iran is not for sale!"#Iranprotests pic.twitter.com/HUuSYhOZJw
29 de março, Teerã, Irã. Os iranianos têm saído às ruas para protestar contra o acordo de 25 anos assinado entre o país e a China. Eles estão gritando "O Irã não está à venda".
No entanto, o acordo seria uma rota para o Irã se afastar das intermináveis sanções ocidentais, principalmente as impostas pelos Estados Unidos. Em curto prazo, quase um milhão de barris por dia de petróleo iraniano pode chegar à China este mês, quase metade do volume que o maior exportador mundial, a Arábia Saudita, forneceu a Pequim nos primeiros dois meses deste ano, segundo a mídia.
Porém, alguns políticos iranianos afirmam que o significado do acordo está sendo desproporcional e pouco difere dos acordos que a China fechou em outras partes do Oriente Médio.
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