No artigo escrito para o jornal britânico The Guardian, o especialista escreve que o "dilema de segurança" é o primeiro e principal obstáculo para cumprimento do acordo nuclear entre o Irã e os países do Ocidente (Europa e EUA). Segundo ele, os parceiros do acordo precisam decidir a finalidade de se ter força e poder: para garantir paz na região ou "para vantagem própria".
"A corrida ao poder militar, que supera as exigências necessárias para garantir a paz, provoca preocupações em outros, bem como ameaça a estabilidade. Por exemplo, a venda, realizada pelos EUA, de armamentos a alguns parceiros tradicionais do Oriente Médio, bem como as compras ostensivas e de desperdício de armas, realizadas por esses atores regionais… são muito provocativas", frisa.
Por exemplo, em junho, EUA e Arábia Saudita chegaram ao acordo de aquisição de armamentos e material militar blindado norte-americano correspondente a mais de 100 bilhões de dólares (R$ 333,4 bilhões).
Segundo Salehi, apenas uma posição, que leva em consideração as capacidades políticas, econômicas e culturais dos países, bem como seu estatuto regional, necessidades e ameaças, contribuirá para intensificação e desenvolvimento de entendimento mútuo entre os atores regionais. Ideias alternativas sobre conflitos religiosos, regionais ou entre civilizações levarão à desestabilização tanto na região como no mundo.
"Fatos alternativos que buscam criar crises inúteis… Tais ideias como 'colisão das civilizações', 'conflito entre xiitas e sunitas', 'hostilidade árabe-persa' e 'eixo árabe-israelense contra o Irã' são exemplos de uma realidade alternativa, criada para objetivos imprecisos", concluiu o especialista.
Depois de o Irã realizar o teste de míssil balístico de médio alcance em 29 de janeiro, EUA ampliaram a lista de sanções. Elas estão ligadas ao programa iraniano de criação de mísseis balísticos e ao grupo Líbano de Hezbollah, considerado organização terrorista por Washington.No dia 5 de junho, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e o Egito anunciaram o rompimento das relações diplomáticas com o Qatar, acusando Doha de apoiar organizações terroristas e desestabilizar a situação no Oriente Médio. A eles se juntaram o Iêmen, o governo interino da Líbia, a Mauritânia, Comores, as Maldivas e Maurício.
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)