A iniciativa recebeu alta avaliação em Teerã. O especialista iraniano em relações russo-iranianas, Jahangir Karami, professor da Universidade de Teerã, disse à Sputnik Persa que a nova aliança é uma força potente capaz de pôr fim à crise síria.
"Penso que a nova aliança trilateral e a assinatura da declaração conjunta é um passo importante, o começo de um processo construtivo para regularizar a crise síria. Os três atores mais influentes, que exercem um papel-chave neste processo são o Irã, a Rússia e a Turquia", disse ele, acrescentando que a estratégia de regularização da crise promovida no passado pelos países europeus, EUA e alguns países árabes não resultou.
Entretanto, alguns especialistas iranianos duvidam que as intenções do novo aliado na frente síria sejam honestas. O pesquisador do Instituto Científico Iraniano de Estudos Estratégicos do Oriente Médio, Mohammad Ali Mohtadi, disse à Sputnik Persa que a declaração trilateral é um documento importante, mas somente se a Turquia cumprir as responsabilidades assumidas.
"O evento-chave da mudança da situação política na região <…> foi o assassinato do respeitável embaixador russo em Ancara. Achar que este crime foi cometido por um indivíduo exclusivamente por motivos pessoais é um sinal de que a propaganda do Ocidente, da Turquia e Arábia Saudita contra a Rússia relativamente à libertação de Aleppo é forte e influencia a mente das pessoas. Este ato terrorista é um motivo para a Turquia abandonar a sua propaganda, mudar a estratégia e realizar um diálogo político", disse.
Na sua opinião, se a Turquia contribuir decisivamente para a investigação do assassinato do embaixador russo em Ancara, será claro que as intenções turcas são verdadeiras.
"Eu ainda duvido pessoalmente disso no que toca à parte turca. Houve precedentes quando responsabilidades assumidas não foram implementadas", disse ele.
"A influência da Arábia Saudita e do Qatar sobre os desenvolvimentos na Síria já é visível. O envolvimento destes dois países nos assuntos internos da república árabe [da Síria] foi feito através da Turquia que, tendo assinado o acordo com Moscou e Teerã, fez alusão de que não convém contar com a sua cooperação futura com o Reino da Arábia Saudita", disse acrescentando que, ao mesmo tempo, nem a Arábia Saudita, nem o Qatar pretendem abandonar a sua política em relação à Síria.
"Por isso, tudo o que está acontecendo no Oriente Médio, bem como o encontro trilateral dos chanceleres em Moscou é uma verdadeira prova para a Turquia. Ou seja, saber se Ancara conseguirá enfraquecer a influência da Arábia Saudita e do Qatar sobre a crise síria ou não", disse.
Ao mesmo tempo, há possibilidade de que, tendo perdido a Turquia como o seu aliado, os países árabes venham a encontrar um outro país – a Jordânia, por exemplo – que tem fronteira comum com a Síria no nordeste. Causando o caos interno neste país, estes dois estados podem reforçar ali a sua atuação e influenciar a crise síria.
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