O membro do conselho militar e chefe do Estado-Maior Conjunto do Exército de Libertação Popular (ELP) Fang Fenghui agradeceu, durante um encontro em Pequim, ao chefe do Estado-Maior de Djibouti pela cooperação na construção da base.
Este já é o segundo contato entre os dois altos responsáveis militares no último mês. Nos finais de novembro, o vice-chefe do presidente do Conselho Central Militar da China, Fan Changlong, visitou Djibouti.
Hong Lei, porta-voz da chancelaria chinesa, declarou em 21 de janeiro que a base permitirá prestar apoio logístico a navios militares da China durante as operações contra piratas.
Em Pequim a base não é classificada como militar. Ela é frequentemente chamada de base de reabastecimento material e apoio técnico.
Em 30 de novembro, o representante oficial do Ministério da Defesa da China Yang Yujun notou que a base em Djibouti se destina ao reabastecimento do corpo de manutenção de paz que presta serviço no país onde estão aquartelados cerca de 800 soldados da paz.
Ao mesmo tempo, o responsável oficial do ELP admitiu que de fato se trata da construção de uma base militar da China no estrangeiro.
Ele declarou que "não está informado sobre quaisquer planos para a construção de bases em outras regiões, além de Djibouti".
Além dos militares chineses, no território desse país africano também estão presentes militares do Japão, Alemanha e Espanha e há bases militares da França e dos EUA. O território é usado no combate à pirataria. Os franceses estão no território desde a época colonial, e os americanos, que atualmente tem lá cerca de 4.000 soldados, desde 1999.Estes últimos aproveitam o território para apoio às operações militares no Iêmen e Somália, especialmente para realizar ataques de drones contra terroristas.
Ao criar a base militar em Djibouti, a China cria mais um atributo de potência mundial, destacou na entrevista à Sputnik China o especialista em África e Oriente Médio Stanislav Tarasov:
"Estamos falando do cenário normal das ações de um Estado que compreende a sua importância e começa realizando seu potencial no plano geopolítico. Tudo isso é completamente lógico. Vimos primeiramente o reforço de seu potencial econômico, e depois também da influência política da China. Atualmente ela está conquistando as suas posições no mundo, num sentido geopolítico amplo, com atributos clássicos de presença regional. Estes são a compra de ativos e a abertura de empresas no estrangeiro, e agora também de bases."
Tarasov destacou também que o fortalecimento chinês acontece simultaneamente com o enfraquecimento dos EUA, que estão perdendo peso político "por falta de vontade em procurar uma linguagem comum com os outros países".
Ainda de acordo com o especialista russo, o papel geopolítico que a base em Djibouti desempenha é imenso pela sua proximidade às vias de comércio mundial e canais de transporte de matérias-primas.Por isso é muito importante ter um ponto de manutenção de navios e assegurar o acesso logístico das empresas estrangeiras aos mercado da Etiópia e dos países do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA na sigla em inglês). É pela existência deste mercado e pela necessidade de garantir acesso a este através de Djibouti que o Corno da África é chamado de porta de África.
O especialista chinês do Centro das Relações Internacionais do Instituto de Comunicações (Pequim) Yang Mian destacou também na entrevista à Sputnik China a importância estratégica da base em Djibouti para o seu país.
"Não é uma base militar no sentido comum. A base que a China atualmente está construindo em Djibouti está orientada primeiramente para o apoio material, técnico e logístico à marinha de guerra, mas ela não possui funções estratégicas", disse.
A China tem posições muito fortes no local após executar uma série de grandes projetos importantes, inclusive a construção, a terminar em 2016, da ferrovia de Djibouti a Adis Abeba, capital de Etiópia, que custou 4 bilhões de dólares. Este fato é destacado como muito importante por vários especialistas, porque esta ferrovia abre possibilidades ao aproveitamento do mercado da Etiópia e de todo o mercado da África Oriental.
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