Acordo com credores sobre dívida é farsa contra povo, afirma deputado argentino

© REUTERS / Agustin MarcarianHomem segura a bandeira da Argentina durante protesto que pedia a flexibilização da quarentena imposta no país em razão da pandemia da COVID-19.
Homem segura a bandeira da Argentina durante protesto que pedia a flexibilização da quarentena imposta no país em razão da pandemia da COVID-19. - Sputnik Brasil
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O acordo alcançado pelo governo argentino com credores da dívida externa é a legalização de uma farsa contra os cidadãos do país, em benefício de especuladores, afirma deputado à Sputnik Mundo.
"Consideramos o acordo com os credores estrangeiros a legitimação e legalização de uma verdadeira farsa contra o povo argentino. Uma dívida que se contraiu para beneficiar estes especuladores, os grandes grupos econômicos que proporcionaram uma fuga de capitais semelhante ao montante do endividamento", disse o deputado nacional Nicolás del Caño, do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS) à Sputnik Mundo.

Em 4 de agosto, o governo argentino alcançou um pacto com três grupos de credores sobre a reestruturação de uma dívida de US$ 66,23 bilhões (R$ 350 bilhões).

O deputado, candidato à presidência do país vizinho nas eleições de 2019, apelou a "rejeitar esta dívida, que vão pagar sem sequer terem investigado".

O político recordou que um dos títulos emitidos pelo governo de Mauricio Macri (2015 - 2019), com vencimento de 100 anos, beneficiava o atual fundo de investidores Noctua, do qual fazia parte o presidente do Banco Central e ex-ministro das Finanças do governo Macri, Nicolás Caputo.

© AP Photo / Natacha PisarenkoO ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, fala da sede do governo em Buenos Aires, Argentina, 27 de setembro de 2018
Acordo com credores sobre dívida é farsa contra povo, afirma deputado argentino - Sputnik Brasil
O ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, fala da sede do governo em Buenos Aires, Argentina, 27 de setembro de 2018
Del Caño disse que agora "fica mais do que claro que a [dívida contraída por Macri] não foi para beneficiar o povo, visto que cinco milhões de novos pobres, 20% de perda de salários e aposentadorias são os dados mais eloquentes".

Para o deputado, a negociação efetuada pela Argentina com os credores "era uma boa oportunidade para avançar, junto com outros países da região e do mundo, para começar um caminho favorável às grandes maiorias, com uma verdadeira autonomia e independência do país".

Por sua parte, o dirigente da Corrente Classista e Combativa (CCC), Juan Carlos Alderete, em entrevista à Spurnik Mundo, se mostrou mais otimista com o acordo alcançado pelo governo de Alberto Fernández. "O governo não se ajoelhou diante dos abutres e buscou lutar."

Contudo, Alderete concorda quanto à necessidade de investigar as origens desta dívida, porque existiriam muitas fraudes e atividades ilícitas nesses títulos.

Nesta terça-feira (4), vencia a quarta e última proposta apresentada pelo Ministério da Economia argentino aos credores estrangeiros.

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