Que circunstâncias podem forçar Qatar a entrar em confronto armado contra Irã?

© Foto / Ashley GardnerO B-52H Stratofortress decolando da base aérea de Al Udeid, Catar, 12 de maio de 2019
O B-52H Stratofortress decolando da base aérea de Al Udeid, Catar, 12 de maio de 2019 - Sputnik Brasil
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As Forças Armadas do Qatar e o Comando Central da Força Aérea dos EUA assinaram um acordo de procedimento operacional para as forças da OTAN no Qatar, tendo como pano de fundo a deterioração da situação em torno do Irã.

A maior base militar dos EUA no Oriente Médio fica no Qatar, especificamente na cidade de Al-Udeid, onde 13 mil soldados americanos estão posicionados e de onde os EUA estão operando em toda a região.

Durante entrevista concedida à Sputnik Persa, o especialista em Oriente Médio e cientista político iraniano Mosayeb Naimi disse que é pouco provável que o Qatar, ou outro país, forneça seu território para um ataque ao Irã, porque ninguém quer entrar em guerra.

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"Nem a situação nos EUA em si, nem as condições na região [do golfo Pérsico] permitem que os EUA entrem em guerra. O Qatar havia declarado anteriormente ao Irã e aos americanos que o seu território não poderia ser usado contra o Irã. As últimas ações dos EUA são truques de propaganda americana que visam empurrar o Irã para um confronto com o Qatar", afirmou.

Para Naimi, qualquer país que se envolva em uma guerra contra o Irã sairá muito prejudicado e, por esse motivo, ninguém quer um conflito armado, nem mesmo "os países membros da coligação com os EUA: Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos".

"É claro que a guerra pode destruir o equilíbrio atual e a situação na região, e o Qatar já o declarou. Até agora, não houve qualquer anuncio do Qatar de que esteja formando uma coalizão com os EUA contra o Irã", assinalou.

Questionado sobre o apoio iraniano concedido a Doha durante o bloqueio econômico do Qatar, o analista destaca que as bases americanas sediadas nos país não serão usadas contra nenhum Estado vizinho.

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"O Qatar enfatizou isso e afirmou que o apoio por parte do Irã durante o bloqueio econômico nunca seria esquecido", recordou.

O analista enfatiza que Teerã busca a distensão, além de aconselhar todos os países da região a não satisfazerem as exigências americanas, já que o Irã é a força dominante no golfo Pérsico em termos geográficos e estratégicos.

"Deve-se ter em mente que os países da região que porventura iniciassem uma guerra não seriam capazes de terminá-la, porque a escala da guerra aumentaria à medida que o número de participantes aumentasse […] Por isso, o povo do Qatar nunca correrá tal risco para a segurança do seu país. Para além disso, com o início da guerra haveria um problema de trânsito de petróleo através do golfo Pérsico, que é de grande importância para o Ocidente", finalizou.

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