Por que EUA falam sobre 'novo canal de Suez' russo? Analista explica

© Foto / SovcomflotNavio petroleiro russo de gás natural líquido, Christophe de Margerie, percorrendo a Rota Marítima do Norte
Navio petroleiro russo de gás natural líquido, Christophe de Margerie, percorrendo a Rota Marítima do Norte - Sputnik Brasil
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A mídia norte-americana escreveu recentemente que alguns países, como a Rússia, apostam em usar as mudanças climáticas a seu favor e ganhar vantagens com suas possíveis consequências. O cientista político russo Aleksandr Asafov comentou o tema durante uma entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

A edição do The Washington Post escreveu que, com o avanço do aquecimento global, a Rota Marítima do Norte pode se tornar uma espécie de canal de Suez para a Rússia.

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De acordo com o artigo, com a diminuição da calota de gelo ártico e o consequente aumento do nível das águas, é possível que a Rota Marítima do Norte, via que liga o oceano Atlântico ao oceano Pacífico ao longo do litoral norte da Sibéria, se transforme em uma espécie de canal, que permitirá reduzir os gastos de transporte da Europa à Ásia ou aos EUA.

A revista ainda acrescenta que a Rússia terá o controle sobre uma via estratégica, obtendo receitas da navegação e dos serviços de quebra-gelos.

As embarcações que percorrerem a principal via ártica da Rússia gastarão menos tempo em suas viagens, o que torna a rota muito mais atrativa e financeiramente vantajosa. O derretimento pode provocar o surgimento de corredores navegáveis na área em questão, que podem ser usados por petroleiras.

O cientista político comentou a publicação da mídia norte-americana.

"A Rota do Mar do Norte, assim como a plataforma do Ártico, há muito que atrai a atenção de nossos concorrentes geopolíticos. E há relatos, opiniões, segundo os quais teriam se formado condições ambientais que permitiriam à Rússia obter algumas vantagens. Isso, segundo dizem,

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O especialista adiciona que isso não é "mérito da Rússia", e que também não é "um processo conectado com a economia russa e os grandes investimentos feitos na região, mas apenas certas 'circunstâncias injustas' e, por isso, deve-se falar sobre uma 'repartição justa' da utilização Rota do Norte".

"É óbvio que este é o começo de um ataque em grande escala nessa direção. Como todos os fundos investidos em infraestrutura, os acordos relativos à Rota Marítima do Norte incomodam os americanos, agora no Ocidente dirão que é necessário reconsiderar o uso da Rota do Mar do Norte, torná-la internacional, universal. Eu acho que essa nova 'honestidade' de usar as conquistas e o patrimônio da Rússia será discutida", conclui Asafov.

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