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Criptomoedas agora têm lastro até em imóveis. O mundo já viu esse filme

© Sputnik / Vladimir Astapkovich / Acessar o banco de imagensBitcoin, criptomoeda
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O mercado de ofertas iniciais de moedas (ICO, na sigla em inglês) se multiplica e diversifica entre as criptomoedas e já tem até lastro no mercado imobiliário global. Este mês, o fundo de investimentos Dynasty prepara operação de lançamento para captar até US$ 150 milhões de investidores no Brasil.

O fundo, criado em 2016, está em vias de receber aval de seus reguladores na Suíça para que se transforme de sociedade limitada em sociedade anônima. A expectativa é que metade dos investidores seja qualificada — o restante será oferecido ao público em geral. A nova criptomoeda deve ter valorização média em torno de 8% ao ano dos imóveis acrescidos do valor dos alugueis recebidos em diversas regiões como Estados Unidos, Europa, China, Oriente Médio e América Latina.

Depois da onda de insolvência do mercado de derivativos nos EUA em 2008 — que deu origem a maior crise econômica mundial desde os anos 30, com o desmoronamento do mercado de hipotecas americano —, há quem mostre cautela com a perspectiva de novo risco com criptomoedas lastreadas em imóveis. A Sputnik Brasil ouviu um dos maiores especialistas em moedas digitais no Brasil, o legal advisor da Bolsa de Moedas Digitais Empresariais de São Paulo (Bomesp), Fernando Barrueco. Para ele, o risco não pode ser descartado, embora a expansão das criptomoedas seja uma realidade em crescimento hoje em todo o mundo.

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Tentativas de regular criptomoedas poderiam 'causar pânico' entre investidores

"A questão do lastro não é da época (de criação) do Bitcoin. A ideia do Bitcoin, nascido em 2008, 2009, veio mais como uma visão revolucionária, libertária, buscando um padrão novo da economia. A questão do lastro surge a partir de 2014 na plataforma Ethereum, quando houve o surgimento dos Smart Compras, com características que podem se aproximar muito de um valor mobiliário, como a participação em uma empresa por meio de um token", explica o especialista.

Barrueco diz que é possível que uma participação de um fundo imobiliário possa ser transformada em um token, criando assim vários derivativos, ou seja, no mundo financeiro não se está totalmente imune a riscos. Quanto à regulamentação desse mercado no Brasil, ele conta como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável pela supervisão desse mercado, está trabalhando.

"A comissão está discutindo o que são os utilities tokens, os chamados criptoativos de utilidade, como o Bitcoin, Ethereum e o Niobium. Qualquer empresa é interessante que ela passe por uma análise da CVM para saber se a CVM tem competência (de fiscalização) ou não sobre aquele token. Já os securities tokens — onde se enquadriam as criptomoedas lastreadas em imóveis, ouro e derivativos, por exemplo — dariam uma garantia ao token, que seria o lastro e teriam que seguir todas as regras da CVM", observa Barrueco.

Com relação à Bomesp, o executivo afirma que ela deve entrar em operação em novembro deste ano, tendo como plataforma a Niobium. A bolsa já está negociando com três exchanges pelo mundo (Dinamarca, Rússia e EUA) e em pleno desenvolvimento com uma equipe brasileira, outra americana e outra russa. Barrueco conta um segredo: "Quem indicou a equipe russa foi a equipe americana." 

A Sputnik Brasil tentou, sem sucesso, entrar em contato com representantes do fundo Dynasty para comentar o ICO da companhia.

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