Após divergências públicas com um dos filhos de Jair Bolsonaro e de ter se tornado alvo de parte da militância bolsonarista, que o chama de golpista, Hamilton Mourão visita a China para presidir uma plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), aproveitando para entregar uma carta do chefe de Estado brasileiro ao seu homólogo chinês, Xi Jinping.
— tvBrasilgov (@tvbrasilgov) 19 de maio de 2019
O foco da viagem, quatro meses após uma viagem de um grupo de deputados do partido do presidente ao país asiático, tem sido noticiado como a concessão, aos chineses, de projetos de infraestrutura em áreas como rodovias, ferrovias e portos, em um momento em que a economia chinesa se encontra mergulhada em uma guerra comercial com os Estados Unidos.
Para Túlio Cariello, analista de Relações Internacionais e coordenador de Análise do Conselho Empresarial Brasil-China, é bastante positiva a visita de Mourão à China, principalmente considerando-se a reativação da COSBAN. Segundo ele, o momento é de oportunidade para que sejam discutidas questões que se encontram "travadas nas relações bilaterais", como, por exemplo, o acesso a determinados mercados chineses e possíveis desentendimentos gerados na época das últimas eleições brasileiras, quando o então candidato Bolsonaro adotou uma forte retórica contra Pequim."O investimento chinês no Brasil, na nossa perspectiva aqui no acompanhamento que a gente faz, já chegou hoje a cerca de 60 bilhões de dólares, em termos de estoque, o que é, sem dúvida alguma, o grande centro de atratividade dos investimentos chineses na região da América Latina", disse o especialista em entrevista à Sputnik Brasil, sublinhando acreditar em uma manutenção dessa tendência de interesse, apesar de uma queda significativa registrada no ano passado.
De acordo com Cariello, embora esse projeto fosse mais focado inicialmente na Eurásia e na África, ele já está de fato se expandindo para outras regiões, mesmo que de maneira não oficial.
"A gente observa que os investimentos chineses na América Latina de uma forma geral já estão muito em linha com o que é esse projeto da 'Nova Rota da Seda'. Então, eu acabo achando que, no fim das contas, a entrada oficial, vamos dizer assim, de países da América Latina nesse projeto acaba sendo muito mais uma coisa retórica. Porque na prática isso já está acontecendo, de uma forma ou de outra."
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