Ataque nuclear preventivo dos EUA contra Rússia: realidade ou ilusão?

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Um artigo do Bulletin of the Atomic Scientists afirma que os EUA possuem capacidades significativas de realizar um ataque preventivo.

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O artigo, intitulado "Como a modernização das forças nucleares dos EUA desequilibra a estabilidade estratégica" foi publicado por um grupo de especialistas militares dos EUA no jornal Bulletin of the Atomic Scientists. Segundo os autores, os EUA obtiveram novas possibilidades de levar a cabo um golpe preventivo contra as forças estratégicas da Rússia ou da China. 

"Na minha opinião, isto é mais uma manobra de publicidade para fundamentar o financiamento do rearmamento nuclear dos EUA, para a modernização ou criação de novos tipos de armas nucleares. Agora há uma luta pela soma de 200 a 400 bilhões de dólares. Entretanto, o novo presidente norte-americano está declarando coisas contraditórias: uma vez ele propõe limitar as armas estratégicas, outra vez diz que quer gastar mais nas armas nucleares", acrescentou à Sputnik Japão Vladimir Evseev, analista militar russo, vice-chefe do Instituto dos Países da antiga União Soviética. 

Segundo os analistas norte-americanos, a modernização dos propulsores nucleares aumentou as capacidades dos EUA de realizarem um ataque contra alvos estratégicos bem protegidos. Se trata dos propulsores dos mísseis Trident II MC4700. 

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A particularidade do sistema MC4700 é que ele é capaz de compensar uma parte dos tiros “perdidos” com uma explosão do propulsor a baixa altitude acima do alvo. Além disso, os propulsores de mísseis de baseamento naval podem ser eficazmente usados para contra-ataques nucleares e atingir os silos de lançamento em estruturas estratégicas. 

"Agora é difícil alcançar qualquer salto qualitativo e qualquer supremacia, porque já foi feito demasiado neste domínio. Não posso dizer nada sobre a China, mas a Rússia, ainda nos tempos soviéticos, já tinha elaborado variantes análogas de explosão [do elemento nuclear]", adiantou Vladimir Evseev. 

Segundo ele, o reforço de tais ogivas vai levar a medidas de resposta por parte da Rússia e a própria ideia de supremacia encerra uma tendência perigosa. O analista russo acredita que a guerra com base em um "primeiro ataque preventivo" não pode ser realizada na prática. 

"Mas se os EUA estão revisando a realização de um golpe preventivo, surge uma questão. Será que os mísseis russos só estão baseados em silos? Existem também bases móveis", disse Evseev, acrescentando que existem sistemas móveis Topol e Yars e o sistema ferroviário de mísseis Barguzin e os submarinos Borei. 

Os autores do artigo chegam à conclusão que "a capacidade crescente dos EUA de levar a cabo um golpe nuclear preventivo desestabiliza a situação e cria condições perigosas".   

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