Como 'restaurar confiança mútua' entre Rússia e EUA

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As relações bilaterais russo-norte-americanas sofrem por muito tempo de "défice de confiança", acredita Boris Shmelev, o chefe do Centro de Política Estrangeira do Instituto de Economia russo.

Falando com a Sputnik Internacional, o especialista comentou as recentes alegações feitas por Washington de que Moscou tinha violado "o objetivo e o espírito" do acordo-chave da era da Guerra Fria sobre armamentos.

"O que poderia ser feito nestas circunstâncias? Acho que a resposta é simples. Nós devemos fazer tudo para estabilizar as relações políticas entre a Rússia e a Aliança Atlântica e agir para atingir o equilíbrio de interesses, primeiramente no que trata da segurança," disse.

Ainda de acordo com o especialista, não há outra via para fazer tudo isso, além de procurar o entendimento:

"Em breve, devemos mudar o paradigma das relações entre a Rússia e o Ocidente para restaurar a confiança mútua. É um desafio, mas acredito que não há outra via."

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A opinião chega logo após o vice-chefe do Estado Maior Conjunto dos EUA, general Paul Selva, ter dito à Comissão de Serviços Armados da Câmara que a Rússia instalou "intencionalmente" mísseis de cruzeiro terrestres SSC-8 para "apresentar uma ameaça à OTAN".

O sistema SSC-8 é uma variação do sistema de mísseis RK-55 Relief que foi proibido pelo tratado sobre forças nucleares de alcance intermediário (INF).

Shmelev destacou também que as declarações sobre a alegada violação por parte russa do tratado INF são "infundadas", tendo que o lado norte-americano não apresentou "dados de telemetria" para provar as declarações.

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O tratado INF foi assinado pela União Soviética e os Estados Unidos em 1987 e entrou em vigor em 1 de junho de 1988. Após isso, os lados ocasionalmente se acusaram mutuamente de violação do acordo o que proíbe o uso de mísseis terrestres nucleares e convencionais que têm um raio de ação entre 500 e 5.500 km.

Kremlin sempre sublinhou que a Rússia respeita estritamente o acordo.

O especialista entrevistado destacou que ambos os países têm fundamentos para preocupação com possíveis violações:

"A Rússia tem estado preocupada com as bases de defesa contra mísseis balísticos feitas pelos EUA na Romênia e Polônia, sendo que estas poderão representar uma ameaça direta ao país."

A opinião foi expressa por ele em relação com a recente iniciativa de defesa contra mísseis na Europa, formalmente conhecida como EPAA, Abordagem Adaptativa Faseada da Europa.

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