Opinião: Trump vai ignorar política externa e delegá-la em 'falcões'

© REUTERS / Jim Lo Scalzo/PoolPresidente dos EUA Donald Trump durante discurso na sessão do Congresso dos EUA, 28 de fevereiro de 2017
Presidente dos EUA Donald Trump durante discurso na sessão do Congresso dos EUA, 28 de fevereiro de 2017 - Sputnik Brasil
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O foco do presidente dos EUA, Donald Trump, em política interna vai levar a uma continuidade da administração de Obama no que trata das relações internacionais, afirmou o analista político Nikolai Zlobin do Centro para Interesses Globais em Washington, durante um discurso no clube de discussão russo Valdai neste sábado (12).

Zlobin explicou que, para Trump, será difícil mudar de rumo na política externa dos EUA, e que os "falcões" americanos, provavelmente, permanecerão no Departamento de Estado durante todo seu mandato.

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"Os EUA estão estáveis demais. É como se fossem um enorme quebra-gelo que precisa de grande esforço para mudar de rumo. Eu não acho que Trump tenha sucesso [nesse respeito]", comunicou Zlobin citado pela Sputnik.

Até hoje, Trump tem cumprido sua palavra em questões como o desenvolvimento interno do setor energético e da infraestrutura, mas seu foco nessa área se realiza em detrimento da política externa, afirmou Zlobin.

"Trump vai ignorar a política externa e lidar com os assuntos internos, deixando os assuntos internacionais para a elite diplomática americana", adiantou.

"Ele [Trump] é um egoísta industrial. Os EUA estão se tornando em um país de egoísmo industrial, e sob Trump há uma ameaça grande de se perder o interesse em política externa, o que significa instabilidade para os EUA", avisou o especialista.

A administração de Trump tem priorizado os projetos de energia e infraestrutura visando alcançar a "independência energética" dos outros países exportadores.

Na segunda-feira (6), o secretário do Interior americano Ryan Zinke anunciou que o Departamento do Interior alugaria quase 3 milhões de quilômetros quadrados da plataforma continental americana, que abrange tais estados como o Texas, a Louisiana, o Mississippi, o Alabama e a Flórida, para a exploração de petróleo e gás natural.

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Em janeiro, ele assinou duas ordens executivas para reiniciar a construção dos gasodutos Dakota Access e Keystone XL, após eles terem sido congelados pela administração de Barack Obama.

Ao conduzir sua campanha, Trump questionou várias vezes a disponibilidade dos EUA para defender seus aliados da OTAN em caso de uma agressão externa, argumentando isso com a falta de vontade por parte dos outros países-membros para cumprir as regras do bloco em relação às despesas militares, que deverão constituir 2% do PIB.

"Sou grande apoiante da OTAN, mas eles têm que pagar", afirmou Trump em um dos debates presidenciais em outubro do ano passado.

Apenas 5 participantes da Aliança, ou seja, Estônia, Grécia, Polônia, Reino Unido e os EUA, estão hoje em dia cumprindo as exigências financeiras do bloco.

"Eles são muito injustos em relação a nós. Nós apoiamos fortemente a OTAN e apenas pedimos para que todos os países-membros da OTAN façam sua contribuição apropriada e na íntegra, o que muitos deles não têm feito", afirmou Trump em um dos seus discursos.

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