O apelo de mais de 340 grupos poderia complicar ainda mais a tentativa da UE de concluir 20 anos de negociações para um acordo de livre comércio com o Brasil e seus parceiros do Mercosul como Argentina, Uruguai e Paraguai.
Em uma carta aberta, o Greenpeace e uma série de ONGs da Europa e da América Latina lembraram à UE que já havia suspendido as preferências comerciais com Mianmar e as Filipinas por supostos abusos contra os direitos humanos.
"É hora de a UE adotar uma postura semelhante e dura para evitar uma deterioração dos direitos humanos e da situação ambiental no Brasil", informaram os ativistas por meio de uma carta. "Portanto, pedimos que vocês interrompam imediatamente as negociações para um acordo de livre comércio UE-Mercosul", acrescentou.
O comunicado pediu a Bruxelas para "garantir que nenhum produto brasileiro vendido na UE, nem os mercados financeiros que os sustentam, estão levando a aumentos no desmatamento, grilagem de terras nativas ou violações de direitos humanos".
A carta também pedia o fim das negociações comerciais até que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, assuma compromissos concretos para implementar o acordo climático de Paris em 2015.
A comissária europeia para o comércio, Cecilia Malmstrom, declarou a jornalistas na segunda-feira que as autoridades da UE estão em contato próximo com o crescente número de ONGs que expressam preocupação.
Autoridades da UE "ouviram e tentaram ver o que podemos fazer", disse a comissária sueca.
"Existem algumas medidas tomadas no Brasil com as quais certamente não concordamos e um acordo comercial não pode resolver todas as misérias do mundo", avaliou Malmstrom.
"Mas podemos obter um contexto para discutir essas questões. Estamos certamente tentando obter um capítulo sobre comércio e desenvolvimento sustentável que seja o mais ambicioso possível, mas ainda não está pronto", completou.
O brasileiro Bolsonaro e o argentino Mauricio Macri expressaram confiança no início deste mês de que o acordo será assinado em breve.
Malmstrom afirmou que os dois blocos estão perto de um acordo e manifestou a esperança de que possa ser alcançado antes que a atual Comissão Europeia pare em novembro.
O principal obstáculo tem sido a relutância europeia em abrir seu mercado a produtos agrícolas da América do Sul e, mais recentemente, surgiram diferenças com o Brasil sobre o comércio de carne, açúcar e automóveis.
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