Trump prometeu castigar o "manipulador de moedas", mas até agora não houve acusações oficiais e tudo não passou de um simples conjunto de palavras, disse o colunista da revista russa Expert Sergei Manukov.
Segundo o especialista, é provável que, depois que os EUA se recusaram três vezes a apresentar uma acusação oficial, as autoridades chinesas tenham decidido que é hora de usar essa arma secreta — embora conhecida por todos — da guerra comercial.
Afinal de contas, as duas maiores economias do mundo em essência manipulam suas moedas, explicou o autor. Por exemplo, depois da última ameaça de imposição de tarifas sobre todos os produtos chineses importados pelos EUA, o valor do yuan baixou. De fato, a moeda chinesa atingiu seu mínimo em relação ao dólar no decorrer deste ano.
Poderia a China responder aos EUA?
Segundo Manukov, até agora a China respondeu de maneira comparável às ações dos EUA. Mas Pequim não poderá neutralizar a ameaça de Washington de impor tarifas sobre todos os produtos chineses, sublinhou o especialista.
Além disso, neste ano o Banco Popular da China reduziu o limite de fundos de reserva dos bancos. Assim, a última redução deveria aumentar o nível de liquidez no sistema financeiro chinês em 108 bilhões de dólares (R$ 418 bilhões).
Sob um olhar atento
O especialista destacou o relatório publicado pelo Departamento do Tesouro dos EUA sobre os parceiros comerciais do país. Embora nele não figure uma acusação direta de que a China está manipulando a sua moeda, o país entrou na "lista de monitoramento".
Portanto, apesar de ser uma medida eficaz, a desvalorização da moeda é uma faca de dois gumes que pode afetar ambas as partes, sublinhou Manukov. Existe um risco de que a fuga de capitais que ocorreu na China em 2015 se venha a repetir. Além disso, a desvalorização não contribuirá para a melhoria das relações com Donald Trump. Pequim deve ser extremamente cauteloso usando essa "arma", concluiu o especialista.
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