Depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, e seus rivais dos Partidos Republicano e Democrata começarem a discutir o orçamento e o aumento da dívida pública, se tornou evidente que o establishment dos EUA chegou a acordo sobre esse assunto. Em vez da redução das despesas e do deficit orçamental, prometida por Trump durante sua campanha eleitoral, foi aprovado um orçamento que prevê um aumento recorde do deficit, mais gastos orçamentais e dívida pública.
Os analistas financeiros entendem que a impressão de dinheiro não controlada para amortizar a dívida levará a graves problemas. Entretanto, para as autoridades, os problemas econômicos a longo prazo são secundários frente à possibilidade de resolver seus próprios problemas financeiros e políticos, sublinhou Danilov.
Segundo Mark McCormick, chefe de estratégia de divisas para a América do Norte do Toronto Dominion Bank, as perspectivas do dólar são sombrias."Se somarmos os deficits, veremos um grande número de vulnerabilidades externas para a taxa de câmbio. Estamos em uma situação quando é difícil lidar com esses deficit do ponto de vista de fluxos de capitais", disse ele. A agência de classificação de riscos Moody's avisou, por sua vez, que os EUA poderiam perder seu alto perfil de crédito.
"O deficit é um verdadeiro risco para o governo, para a situação em Wall Street e para a saúde de toda a economia norte-americana", escreve o jornal Boston Globe.
Um dos problemas mais sérios a curto prazo é o nervosismo da China, principal credor estrangeiro dos EUA, relativamente às ações de Washington na sua política externa, especialmente no campo económico.
Recentemente, a agência de notícias chinesa Xinhua publicou um artigo sob o título "O deficit irresponsável de um trilhão de dólares [R$ 3,3 bilhões] dos EUA merece especial atenção". "Tendo em consideração que a dívida pública já superou 20 trilhões de dólares [R$ 66 trilhões], os EUA quase atingiram a maior dívida em tempo de paz", lê-se no artigo.
O total de títulos norte-americanos em poder de Pequim supera um trilhão de dólares (R$ 3,3 trilhões). Recentemente, os mercados financeiros entraram em sobressalto após ter surgido o rumor de que Pequim planeja reduzir ou até deixar de comprar títulos do Tesouro dos EUA. O mundo financeiro conseguiu lidar com o choque depois da negação oficial das autoridades chinesas.Os senadores e congressistas não param de declarar que, se for necessário, eles podem imprimir mais dinheiro. Entretanto, essa medida apenas aumentaria a pressão sobre a moeda norte-americana.
A Xinhua sublinha que um dia os EUA deveriam pagar suas dívidas. "A varinha mágica não existe. Há apenas uma escolha entre o aumento dos impostos e a redução da dívida pública, ou um equilíbrio entre esses dois métodos. Os investidores ainda têm títulos dos EUA como ativos financeiros seguros, mas o Tio Sam não conseguirá adiar esse problema para sempre", avisou a agência chinesa.
É por isso que os investimentos russos na modernização do exército são um fator chave que permitirá não apenas à Rússia, mas a todo o mundo sobreviver a inevitável crise do sistema financeiro baseado no dólar, concluiu o analista.
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)