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Agronegócio é a chave da relação Brasil-Rússia

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Brasil e Rússia estreitam seu relacionamento para que a balança comercial bilateral chegue a US$ 10 bilhões ao ano. Para isso, a cooperação entre os dois países tem colocado grande ênfase no âmbito do agronegócio.

As conversações avançaram na semana passada, quando o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Blairo Maggi, trocou ideias com o vice-ministro da Agricultura da Rússia, Evgeny Gromyki. Em nota, o Ministério da Agricultura brasileiro informou:

"Em audiência com o Vice-Ministro Evgeny Gromyki o Ministro Blairo Maggi disse ter disposição para aumentar o comércio do agronegócio com o país, que é parceiro no BRICS [grupo de países emergentes integrado também por China, Índia e África do Sul]. A expectativa é mais que dobrar o volume de negócios, chegando a US$ 10 bilhões em 5 anos."

A nota do Ministério da Agricultura continua:

"O interesse da Rússia é aumentar especialmente a venda de pescados ao Brasil, que muitas vezes chega aqui de forma terceirizada, intermediada por outros países, e também de trigo. Aos produtores brasileiros interessa ampliar a venda de carne ao país governado por Vladimir Putin."

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Ainda de acordo com o Ministro Blairo Maggi, não existem objeções políticas ou econômicas para o incremento do comércio bilateral Brasil-Rússia. No encontro com o colega russo, o representante do Governo brasileiro agradeceu à Rússia por não ter suspendido a importação de carne do Brasil quando da divulgação da Operação Carne Fraca.

Em entrevista exclusiva à Sputnik, o economista Hélio Sirimarco, vice-presidente da SNA – Sociedade Nacional de Agricultura, Brasil e Rússia precisam harmonizar seus objetivos, de modo a ampliar o volume de negócios:

"É um processo de negociação. Temos que juntar os interesses. Existem interesses recíprocos. Agora, temos problemas de custos, logística, que podem influenciar, aumentar ou diminuir esse comércio. Os russos têm interesse em alguns produtos brasileiros, o Brasil tem interesse em produtos russos, então, é um processo de conversa. Eu acho que essa reunião entre os ministros da Agricultura dos dois países é um bom começo e, a partir daí, vamos tocando."

O vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura acrescenta que "o Brasil já teve um excelente relacionamento comercial com a antiga União Soviética. O Brasil era um grande exportador de commodities para lá, soja inclusive. Enfim, é um processo lento. Nós abrimos o mercado de carne, tivemos um problema, mas, aparentemente, não foi afetada em muito a relação [entre os dois países] em função da Operação Carne Fraca. Enfim, temos de aguardar, ver e seguir nas negociações."

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Para Hélio Sirimarco, a Operação Carne Fraca não abalará o volume de encomendas da carne do Brasil pela Rússia:

"Acho que o primeiro impacto foi negativo, mas na maioria os países ou quase todos os países que suspenderam, temporariamente, a importação das carnes brasileiras já voltaram atrás. Especificamente, alguns frigoríficos, algumas plantas estão bloqueadas, mas, de modo geral, a coisa continua normal. A qualidade da carne brasileira é reconhecida internacionalmente e eu não vejo problema, não." 

Segundo o vice-presidente da SNA, uma nova missão russa virá ao Brasil em maio inspecionar os frigoríficos brasileiros. E, além da carne, há outros produtos que estão sendo mutuamente negociados:

"Virá no mês que vem uma missão russa para vistoriar os frigoríficos, que já exportavam [carnes] para a Rússia e para reabilitá-los ou manter a habilitação. Foi definido também nesta reunião a ampliação da venda pelo Brasil de lácteos, frangos e suínos, e uma facilitação da compra de fertilizantes russos pelo Brasil. O Brasil também tem interesse na importação de trigo russo, mas aí é um problema de custo. Normalmente, o nosso principal fornecedor é a Argentina, porque o custo do trigo argentino é muito menor. A logística do trigo russo é muito mais cara. Então, a gente tem esses aspectos."

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