Como serão armados os navios mais poderosos da Frota do Norte da Rússia

© Sputnik / Ramil SitdikovO submarino nuclear "Yury Dolgoruky" Frota do Norte da Marinha Russa
O submarino nuclear Yury Dolgoruky Frota do Norte da Marinha Russa - Sputnik Brasil
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A Frota do Norte da Rússia agora é a parte mais poderosa das Forças Armadas do país, mas depois da modernização será mais eficiente.

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Na quarta-feira, 1 de junho, os marinheiros russos da Frota do Norte comemoram sua festa profissional. Neste dia, 84 anos atrás, foi formada a Flotilha do Norte, que depois foi transformada em Frota do Norte, a parte mais jovem das Forças Armadas da Rússia. Apesar da sua idade, esta divisão naval continua sendo até hoje a mais poderosa no país. Em contexto de início da corrida internacional pela posse dos recursos naturais do Ártico e de aumento da presença militar da OTAN nas fronteiras ocidentais da Rússia, a Frota do Norte se está tornando uma das ferramentas cruciais para garantir a segurança e preservar os interesses econômicos da Rússia. Nos anos mais próximos, o Ministério da Defesa está planejando limpar esta "ferramenta" da "ferrugem" e realizar a modernização dos seus maiores navios.

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Uma questão de preço

No âmbito do Programa Estatal de Armamentos (GPV é a abreviação em russo) para os anos de 2011-2020, a Frota do Norte recebeu três submarinos — dois nucleares (Yury Dolgoruky, da classe Borei, e Severodvinsk, da classe Yassen) e um diesel-elétrico (Sankt-Peterburg, da classe Lada), bem como o navio de reconhecimento médio Yuri Ivanov, do projeto 18280. Até final de 2017 devem ser entregues para exploração a fragata multifuncional de alto mar Admiral Gorshkov, do projeto 22350, e o navio de desembarque de doca grande Ivan Gren, do projeto 11711. Até ao ano de 2020, está planejado entregar à Frota mais uma série de novidades de diversas funcionalidades. Porém, provavelmente entre eles não haverá navios de primeira categoria (porta-aviões, cruzadores, contratorpedeiros pesados).

O Ministério da Defesa anunciou repetidamente planos para construção de tais navios. Em particular, se tratava do projeto perspectivo do porta-aviões Shtorm (Tempestade em russo), que poderia substituir o porta-aviões Admiral Kuznetsov. Porém, ele não será construído no futuro mais próximo: o vice-ministro da Defesa Yuri Borisov informou que o contrato para a construção do Shtorm será assinado só no final do ano de 2025.

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"Segunda juventude"

Apesar de tudo isso, a Frota do Norte não ficará sem navios grandes modernos. Já no ano de 2017, se planeja começar a reparação e modernização do porta-aviões Admiral Kuznetsov. A sua experiência de combate na região do Mediterrâneo Oriental descobriu uma série de falhas, que estão ligadas ao funcionamento da unidade propulsora, dos mecanismos de cabos de paragem, etc. Além disso, se planeja trocar o armamento eletrônico e o equipamento de radar e o sistema de navegação aérea.

Outro candidato à segunda juventude é o navio-almirante da Frota do Norte, o cruzador nuclear Pyotr Veliky, da classe Kirov. Ele foi lançado à água em 1988 e já se tornou bastante obsoleto. Espera-se que a modernização deste navio comece até ao ano de 2020, quando regressará ao serviço o seu "colega de classe" Admiral Nakhimov, que está em reparação desde 1999 (de fato as obras deste navio começaram só em 2013).

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De acordo com as palavras do especialista militar russo e editor-chefe da revista Arsenal Otechestva (Arsenal da Pátria) Viktor Murakhovsky, no dia de hoje temos de nos concentrar na manutenção do funcionamento dos navios e na sua modernização em vez da corrida aos projetos caros e complexos. Ele sublinhou que a reparação do Admiral Kuznetsov e do Pyotr Veliky poderá ser realizada em três-quatro anos.

Falando de navios novos, segundo a opinião do especialista, nos devemos concentrar na construção de fragatas do projeto 22350 — para começar seis unidades na Frota do Norte será suficiente. Estas fragatas receberão armamento moderno contra navios e submarinos, novos sistemas antiaéreos Poliment-Redut e o mais recente equipamento de rádio.

Apoio costeiro

Discutir a capacidade de combate da Frota com base apenas nos lados fortes e fracos dos navios seria um erro. A Frota do Norte é apoiado por um agrupamento de forças terrestres que cobre parte considerável das águas territoriais da Rússia. Disso falou o ministro da Defesa da Rússia Sergei Shoigu no dia 24 de maio. Ele sublinhou que as tropas costeiras das três frotas – Frota do Báltico, Frota do Norte e Frota do Mar Negro – já passaram para uma estrutura organizativa de corpo de exército.

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"Agora não podemos considerar a Frota do Norte apenas como uma frota", explica Viktor Murakhovsky. "Segundo a sua funcionalidade, ela parece mais um comando estratégico operacional ou uma região militar. Na sua composição há unidades de mísseis e artilharia, uma brigada de infantaria motorizada, uma divisão antiaérea e outras estruturas 'terrestres'. Na zona da responsabilidade deste agrupamento mais que sério fica toda a região do Ártico, excluindo a parte oriental. Hoje a Frota do Norte, de fato, desloca as fronteiras de possível lançamento de misseis de cruzeiro do inimigo contra o território da Rússia em centenas de quilômetros das nossas fronteiras setentrionais. Também se cumprem outras tarefas: o apoio ao posicionamento de submarinos porta-mísseis estratégicos, o controle da costa e regiões vizinhas da Península Escandinava e a proteção dos interesses econômicos do país na sua zona da responsabilidade. Sem apoio de terra seria mais difícil resolver estas questões", assinalou o especialista.

Andrei Kots para a Sputnik

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