Placa tectônica na África está girando em direção contrária à de outras

© Foto / Pixabay / ItsMirkwoodGirlMapa da África, com destaque para Uganda
Mapa da África, com destaque para Uganda - Sputnik Brasil
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No continente africano, uma pequena placa tectônica em formação está girando na direção contrária de todas as outras, e cientistas agora sabem o porquê.

A microplaca, conhecida como placa Victoria, é uma de várias seções do rifte africano oriental - uma nova falha tectônica em formação, onde a placa africana está se dividindo em duas.

A placa Victoria está se movendo no sentido anti-horário, diferentemente das microplacas Rovuma e Lwandle, mais ao sul do continente.

Rifte é a designação dada às zonas do globo onde a crosta terrestre e a litosfera estão sofrendo fraturas ou falhas.

"O rifte africano oriental é conhecido há muito tempo como um lugar de ruptura continental", diz Anne Glerum, especialista em modelação geodinâmica do Centro Alemão de Pesquisa em Geociências (GFZ, na sigla em alemão), disse à publicação Newsweek. "A paisagem em si é uma boa evidência deste processo, com seus profundos vales e fendas facilmente visíveis do espaço".

Glerum é uma das principais autoras do estudo publicado pela Nature Communications, que estudou o movimento das microplacas. A pesquisadora afirmou que os sistemas de posicionamento por satélite demonstraram que a Victoria se move na direção oposta das demais ao longo dos últimos dois anos.

Glerum e seus colegas estudam o rifte africano oriental devido a ser um forte exemplo de um rachamento continental. "Ao observar os mapas geológicos do sistema, notamos a peculiar geometria das fendas curvas se sobrepondo, bem como os cinturões móveis", afirmou a pesquisadora.

Por este motivo, a equipe de pesquisadores tentou compreender o que poderia estar causando a incomum rotação desta microplaca. Suas descobertas demonstraram que o movimento estava relacionado à litosfera - a camada sólida exterior da Terra - e não ao manto.

Os pesquisadores compreenderam que certas regiões da litosfera são mais frágeis ou mais fortes, e que estas diferenças seriam a força central por trás da direção da rotação. As variações na força da litosfera provocam falhas curvas, que giram devido ao movimento de placas tectônicas maiores.

Agora, a equipe busca continuar a estudar o sistema do rifte africano oriental para desenvolver novos modelos, que considerem outros fatores, como as plumas do manto (ascensão de fluxos térmicos das camadas do manto terrestre).

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