Acredita-se que estes reservatórios de água subterrâneos são antigos lagos, contendo minerais que desempenham um papel crucial na existência da vida, informa o estudo publicado no Journal of Geophysical Research: Planets.
Durante a missão de exploração espacial lançada pela Agência Espacial Europeia (ESA), a sonda Mars Express havia previamente registrado imagens que mostravam "sinais claros de atividade no passado de águas que passaram através da superfície marciana".
Cada uma das crateras desce até cerca de 4.000 metros abaixo do "nível do mar" marciano e numerosas características observadas em profundidades de 4.000 a 4.500 metros sugerem que houve água, com evidências de poças e fluxos que mudaram ao longo do tempo.
Using images from ESA's Mars Express and @NASA’s MRO, scientists have found evidence of an ancient planet-wide groundwater system on #Mars.
— ESA (@esa) 28 de fevereiro de 2019
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Utilizando imagens do Mars Express da ESA e do MRO da NASA, os cientistas encontraram provas de um antigo sistema de águas subterrâneas em todo o planeta de Marte
Segundo os cientistas, isso inclui canais e vales, bem como depósitos de sedimentos em forma de leque (leques aluviais).
"Nos primórdios, Marte era um mundo aquático, mas à medida que o clima do planeta mudava, esta água se infiltrou abaixo da superfície para formar piscinas e 'águas subterrâneas'. Nós rastreamos essa água em nosso estudo, já que sua escala e papel são uma questão de debate, e encontramos a primeira evidência geológica de um sistema de águas subterrâneas por todo o planeta", disse o autor principal Francesco Salese, da Universidade de Utrecht, na Holanda.Devido a essa descoberta, os pesquisadores acreditam que isso pode indicar que existiu um oceano marciano três a quatro bilhões de anos atrás.
"Pensamos que este oceano pode ter estado ligado a um sistema de lagos subterrâneos que se espalham por todo o planeta. Esses lagos teriam existido há cerca de 3,5 bilhões anos, podendo talvez ter sido contemporâneos de um oceano marciano", disse ao Express o coautor Gian Gabriele Ori, diretor da Escola Internacional de Pesquisa de Ciências Planetárias da Universidade d'Annunzio, na Itália.
Além disso, os cientistas detectaram em 5 das 24 crateras uma série de argilas, carbonatos e silicatos, que estão intimamente ligados ao surgimento da vida na Terra, sustentando a teoria de que Marte já teve os componentes necessários para a vida.
"Descobertas como essas são extremamente importantes; ajudam-nos a identificar as regiões de Marte que são as mais promissoras para encontrar sinais de vida passada. É especialmente animador que uma missão que foi tão frutífera no Planeta Vermelho, a Mars Express, é fundamental agora para ajudar missões futuras como a ExoMars para explorar o planeta de uma forma diferente. É um grande exemplo de missões que trabalham em conjunto com grande sucesso", afirmou Dmitry Titov, cientista do projeto Mars Express da ESA.
A ExoMars é uma missão conjunta da ESA e da empresa espacial russa Roscosmos, que busca provas de vida em Marte.
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