Como 250 siberianos se tornaram os primeiros nativos americanos

© AFP 2023 / Andrew AlvarezUm nativo americano
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O primeiro grupo de pessoas que chegou ao continente americano foi de apenas 250 indivíduos, informou um novo estudo genético.

Essas pessoas emigraram para a América a partir da Sibéria (atual região da Rússia) há 15.000 anos, explicou Nelson Fagundes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, um dos pesquisadores do estudo, publicado na revista Genetics and Molecular Biology.

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Segundo o cientista, averiguar o tamanho dos grupos fundadores é muito importante, porque determina a quantidade de diversidade genética que se transfere aos descendentes do grupo. Isso, por sua vez, pode alterar a eficácia com que a seleção natural elimina os genes maus.

"As populações grandes têm uma seleção muito eficiente, enquanto em populações pequenas,  genes levemente nocivos podem se espalhar, o que pode aumentar a susceptibilidade genética a algumas doenças", explicou Fagundes ao portal Live Science.

Para revelar o tamanho do grupo fundador da população do continente, Fagundes e seus colegas estudaram amostras de DNA de 10 indivíduos americanos nativos da América Central e do Sul, 10 pessoas de diferentes grupos siberianos e 10 pessoas da China.

Os cientistas sabem que a variação genética dentro de uma amostra está diretamente relacionada com o tamanho da população. Isso, junto com o fato de que a divergência genética entre duas populações (como os nativos americanos e os siberianos) aumenta com o tempo, permitiu aos pesquisadores conectar os dados do DNA em modelos de simulações computacionais e determinar o tamanho original do grupo fundador, explicou o líder do estudo.

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Segundo os modelos, o grupo original era composto por 229-300 pessoas, o que levou à estimação final de cerca de 250 pessoas. Esse número era tão pequeno que criaria um "gargalo genético", que significa que havia pouca variação genética na população, explicou Fagundes.

Entretanto, passou tanto tempo desde que o grupo original chegou à América que os nativos americanos como um todo tiveram tempo de recuperar sua diversidade através de novas mutações genéticas. Mais do que isso, alguns nativos da América do Norte formaram uniões com pessoas de migrações posteriores, o que também contribuiu para a diversidade genética, conclui o estudo.

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