As declarações foram feitas em entrevista ao Estadão, publicadas na noite deste sábado (6).
"Em um pós-pandemia, em que o país precisa se reerguer economicamente, atrair investidores e consolidar a nossa democracia, eu acho que seria um desastre para o país. O Brasil não aguenta três impeachments. O Brasil tem de ouvir o povo e o povo é ouvido através de seus representantes que estão no Parlamento. Acho que o impeachment seria desastroso", declarou Fux.
Na entrevista, Fux falou também sobre a situação do novo presidente da Câmara, Arthur Lira. Terceiro na linha sucessória da Presidência da República, Lira responde a denúncias no STF, por corrupção passiva e organização criminosa.
O presidente do STF avalia que ter um réu na linha sucessória do comando do país "não é o melhor quadro para o Brasil". Vale lembrar que há um precedente do Supremo, que impediu o então presidente do Senado, Renan Calheiros, de ocupar interinamente a cadeira no Planalto por ser réu na época.
"Eu acho que, realmente, uma pessoa denunciada assumir a Presidência da República, seja ela qual for, é algo que até no plano internacional não é o melhor quadro para o Brasil", afirmou Fux.

Entre outros assuntos sobre os quais se pronunciou, Fux respondeu aos ataques de que o STF tem sido omisso quanto à conduta de Jair Bolsonaro frente à pandemia de COVID-19. Para ele, "o STF nunca eximiu o governo federal, absolutamente. Ninguém exonerou ninguém de responsabilidade".
Além disso, disse que o Supremo está avaliando a denúncia contra o ministro da Saúde Eduardo Pazuello por uma possível omissão diante do colapso do sistema de saúde de Manaus. Fux disse que o ministro foi surpreendido pelo "fator-surpresa, porque alguns países também foram surpreendidos com falta de oxigênio".
O presidente do STF afirmou ainda que a força-tarefa da Lava Jato, encerrada nesta semana, trouxe transformações sem precedentes para o Brasil e que, por conta da operação, o país passou a ser respeitado internacionalmente pela atuação contra desvio de dinheiro público. Segundo ele, "o combate à corrupção não vai retroceder".
Sobre o auxílio emergencial, Fux diz que não se pode deixar pessoas à deriva e que, por isso, é favorável à prorrogação do benefício.
"Se eu pudesse imaginar a possibilidade de o Brasil continuar com esse auxílio, eu seria super favorável. É temerário nesse momento deixar essas pessoas à deriva. Nós já as deixamos há muito tempo", disse Fux.
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