Desde então, o país contabiliza 2.433 casos confirmados e 57 mortes, segundo o último balanço divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Ministério da Saúde.
O ministro Luiz Henrique Mandetta avalia que o aumento dos casos está ocorrendo de forma "aproximadamente igual nos últimos dias".
Em entrevista à Sputnik Brasil, o médico sanitarista Gonzalo Vecina, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e fundador da Anvisa (Agência Nacional de Saúde), disse que o fenômeno dos casos terem aumentado de forma igual nos últimos dias pode já ser um efeito da quarentena imposta aos brasileiros.
"Aparentemente algum efeito [da quarentena] parece que nós tivemos e a epidemia parece não estar progredindo com tanta força quanto nós havíamos estimado, mas em hipótese alguma nós temos condição de nesse momento abaixar a guarda", disse.
Segundo Vecina, a quarentena deve permanecer pelos próximos 14 dias.
"A gente tem que aguardar as próximas duas semanas, de preferência com um aprofundamento da quarentena, só vai trabalhar quem precisa porque é de um setor crítico. Temos que manter a sociedade minimamente funcionando, mas diminuindo a possibilidade de contato entre as pessoas por pelo menos 14 dias", explicou.
Somente após o período de duas semanas, de acordo com Gonzalo Vecina que poderemos analisar e talvez isolar somente os grupos de risco.
"Poderíamos voltar a analisar, se a epidemia chegar no pico e começar a cair o número de casos novos, talvez esteja na hora da gente pensar em uma proposta do tipo da quarentena vertical, em que se isola somente os grupos de risco", defendeu.
A chamada "quarentena vertical" foi defendida pelo presidente Jair Bolsonaro durante um pronunciamento nesta terça-feira (24). A declaração de Bolsonaro, neste estágio da pandemia da COVID-19, segundo Gonzalo Vecina, é "desastrosa".
"O que o presidente falou ontem foi desastroso, irresponsável e ele tem que ser cobrado pelos mortos que nós vamos ter em função da fala dele", afirmou.
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