Segundo dados do Impostômetro, o valor atingido às 11h40 desta quinta-feira veio 22 dias mais cedo do que no ano passado, o que significa dizer que a arrecadação de impostos cobrados de cidadãos e empresas segue de vento em popa. Mas por que isso não significa melhores serviços públicos?
Em entrevista à Sputnik Brasil, o economista Marcel Solimeo, da ACSP, avaliou que o problema no Brasil definitivamente não é arrecadar impostos, mas sim controlar os gastos. Para ele, o Estado brasileiro gasta mais do que deveria e não entrega serviços minimamente aceitáveis à população.
"Vamos passar de R$ 2,2 trilhões [de impostos] até o final do ano, o que é uma quantidade extraordinária que é paga pela população e pelas empresas para sustentar o governo como um todo. Mas esse valor, apesar de elevado, não tem sido suficiente para cobrir os gastos do setor público", analisou.
Solimeo explicou ainda que a dívida do governo brasileiro não vem diminuindo, mesmo diante de uma arrecadação tão robusta. Segundo o economista, trata-se de um claro problema de gestão, sobretudo quando se compara a carga tributária do Brasil com a de outros países.
"A nossa carga tributária já é comparada com a de países com renda mais alta do que o Brasil. Países com renda média como a nossa tem uma carga tributária menor. Não temos mais espaço para aumentar impostos sem evitar novas dificuldades para cidadãos e empresas. Se não atacar os problemas do lado do gasto, ou aumenta a dívida ou a inflação", alertou.
Inaugurado em 2005, o Impostômetro tem justamente o papel de chamar a atenção da população para o fato de que ela paga muitos impostos, e os serviços fornecidos em troca não são compatíveis com tamanho montante. De acordo com Solimeo, é preciso conscientizar, fiscalizar e buscar o fim de privilégios.
O economista previu ainda qual cenário virá, caso os governantes brasileiros não melhorem a gestão dos impostos e busquem saídas fáceis, como o aumento de impostos neste momento de crise.
"Qualquer nova medida de aumentar imposto terá efeito contrário. Vai agravar a recessão", completou.
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