O líder do PSOL, deputado Ivan Valente, apesar de ter votado contra a abertura do processo de impeachment, não acredita que o governo consiga mudar a situação no Senado e defende novas eleições diretas. “Eu acho que não é possível reverter no Senado, porque os partidos fecharam questão. É bem possível que se tenha uma pressão das ruas por eleição direta. Temer também é rejeitado. Nós vamos viver um momento de impasse, de polarização política, e o PSOL se declara em oposição frontal a esse conlúio que foi feito.”
Com o impeachment sob a responsabilidade do Senado, as opiniões também se dividem na Casa. O Senador do PT, Lindbergh Farias, falou com a imprensa que acha difícil impedir o afastamento temporário da Presidenta Dilma pelo Senado, porque as primeiras votações são decididas por maioria simples. Mesmo assim, a base do governo acredita que ainda há esperança de reverter o jogo dialogando com os senadores indecisos. “A primeira fase é a mais difícil. Nós hoje temos 28 votos, mas tem muitos senadores indecisos. O que pode influenciar, é a opinião pública. Se isso ficar cristalizado, que a opinião pública não aceita Temer e Eduardo Cunha, nós temos possibilidade de vencer na admissibilidade.”
Já o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, não tem dúvida de que a oposição já tem a maioria de votos que precisa para seguir com o impeachment de Dilma na Casa. “Nós já temos, com absoluta certeza, 45 votos. Isso projeta que, em torno do dia 11 de maio, a Presidenta da República estará afastada por um período de até 180 dias, quando será realizado o julgamento de mérito do processo de impeachment.”O líder do governo no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), também vê uma batalha difícil pela frente para o governo. Ele ainda acredita, porém, que o quadro pode ser mudado. "O problema no Senado é que a admissibilidade requer só a maioria simples. Nesse momento, se for aprovada, a presidente já se afasta. Então, na verdade, ela vai se defender tendo, na presidência da República, o beneficiário direto disso. Obviamente que, com essa máquina na mão, se torna mais difícil. Mas tenho certeza que um governo sem legitimidade e cheio de corruptos não vai ter condições de resistir quatro meses."
Ao falar em nome da presidenta Dilma Rousseff, em coletiva após a votação na Câmara, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, garantiu que a aprovação do impeachment no Plenário não abateu a Presidenta. “Se alguém imagina que ela se curvará diante da decisão de hoje, se engana. Ela lutará com todos aqueles que defendem a democracia no Brasil. Ela lutará com todos aqueles que querem a manutenção do Estado de Direito do Brasil. Ela lutará com a mesma abnegação e coragem que lutou contra a ditadura, para que mais uma vez o Brasil não sofra o golpe de Estado.”
Segundo José Eduardo Cardozo, a estratégia do governo no Senado será mostrar a fragilidade do relatório que foi aprovado pela Câmara. “Se os Senadores derem um pouco mais de atenção à leitura do relatório, e eu sei que o farão, aquele relatório não sobrevive.”
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