Agora, um segundo relatório foi divulgado pelo Governo, e o documento conclui que a água daquele rio não foi contaminada por metais pesados após o rompimento da barragem em Mariana. O novo relatório foi comparado com um levantamento feito em 2010, e apontou que não houve alteração na qualidade da água do rio.
Por nove dias, o Serviço Geológico do Brasil e a Agência Nacional de Águas recolheram amostras ao longo do curso do Doce. Além da água, os especialistas também analisaram a lama sedimentada, além de verificar se havia presença de metais pesados dissolvidos.
O diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil, do Ministério de Minas e Energia, Manuel Barreto, garante que, de acordo com a análise, a água pode ser consumida sem risco para a população.
“O nosso trabalho não evidencia a presença de metais pesados em quantidade que seja prejudicial à vida. Não há contaminação de metais nessa amostragem que nós fizemos.”
Manuel Barreto explica ainda que os rios afetados pela lama durante a tragédia já possuem naturalmente alguns tipos de metais, pois a região é rica em minérios.
A grande carga de lama deixou o rio com uma coloração escura e diminuiu a quantidade de oxigênio, matando a flora e a fauna da região, além de prejudicar o abastecimento de água para o consumo da população de cidades e distritos dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.
“No acidente, com a massa de rejeitos que entrou no rio, evidentemente, a turbidez dessa água subiu valores 300 vezes maiores do que o normal, na época de enchente. Hoje, a tendência disso é que esses sedimentos que estão em suspensão com o tempo vão decantando, e a água vai ficar mais clara.”
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, visitou na quarta-feira o Espírito Santo, e em entrevista coletiva disse ter chegado a hora de começar a focar esforços na revitalização do Rio Doce. A ideia do Governo é usar nas ações de revitalização do rio a mão de obra dos trabalhadores afetados economicamente pelo o rompimento da barragem.
“Nossas ações devem levar em conta a oportunidade das pessoas impactadas economicamente de terem emprego a partir da revitalização”, afirmou Izabella Teixeira.
A ministra do Meio Ambiente também vai conversar, nos próximos dias, com os Governos Estaduais de Minas Gerais e do Espírito Santo sobre o fundo de R$ 20 bilhões pedido judicialmente à Samarco e que será usado para a recuperação do rio.A Justiça marcou para o dia 23 de dezembro um encontro em Mariana entre os moradores, o Ministério Público e representantes da mineradora Samarco, que pertence à Vale e à BHP Billiton. A reunião será para firmar um acordo que garanta os direitos das vítimas.
Mais de 40 dias após a tragédia, a Samarco ainda não apresentou um plano de assistência para as vítimas, metade das famílias atingidas ainda não está recebendo ajuda financeira e outras 150 famílias permanecem em hotéis e hospedadas em casas de parentes.
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