Negociador dos EUA revela os motivos da volta da Coreia do Norte à mesa de negociações

© KCNAKim Jong-un, durante teste com submarino da Coreia do Norte
Kim Jong-un, durante teste com submarino da Coreia do Norte - Sputnik Brasil
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A postura do líder norte-coreano Kim Jong-un em 2018, buscando uma reaproximação com a Coreia do Sul e demonstrando disposição para negociar fazem parte de uma estratégia maior, segundo um ex-negociador dos Estados Unidos para a Coreia do Norte.

Segundo o ex-secretário de Estado dos EUA para o Leste da Ásia, Christopher Hill, Pyongyang busca neste ano um alívio nas sanções econômicas impostas ao longo do ano passado contra o país, em razão de testes balísticos e nucleares.

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"A Coreia do Norte tem como objetivo começar a estabelecer as bases para suas expectativas de alívio de algumas sanções, sem abordar as questões nucleares", avaliou Hill, em entrevista ao jornal sul-coreano Korea Times.

O indicativo norte-coreano de que estava aberto ao diálogo veio na mensagem de Ano Novo de Kim Jong-un, na qual ele afirmou que o país pretendia participar dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, que acontecem em fevereiro na Coreia do Sul.

O ex-negociador dos EUA, que atuou como chefe da delegação dos EUA nas negociações nucleares entre os anos de 2005 e 2009, alertou que as intenções verdadeiras da Coreia do Norte não devem ser perdidas de vista, tanto por Seul quanto pela comunidade internacional.

"Além disso, Pyongyang procura se apresentar como um vizinho responsável e amigável, mesmo quando desenvolve armas nucleares cujo objetivo é enfraquecer a Coreia do Sul e os EUA. Finalmente, [a Coreia do Norte] quer criar divisões na aliança entre Seul e Washington", avaliou.

Hill destacou ainda que a Coreia do Sul deve manter a serenidade, procurando "ouvir com atenção, tentar manter o processo civil e levar as coisas um passo de cada vez". Todavia, o presidente sul-coreano deve ser firme pela desnuclearização da península, disse ele.

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"Ninguém deveria aceitar a Coreia do Norte como uma energia nuclear. Não trará estabilidade à região, nem abordará os próprios problemas dela. A Coreia do Norte não está buscando armas nucleares para fins defensivos", disse ele.

O diplomata ainda defendeu a manutenção de boas relações entre Coreia do Sul e China em prol da dissuasão dos planos norte-coreanos, e destacou que Washington e Seul não podem ficar reféns de Pyongyang quanto aos exercícios militares conjuntos, adiados em razão dos Jogos.

"É importante que ninguém tenha a impressão de que a Coreia do Norte pode definir o calendário e o alcance dos exercícios militares conjuntos, que são de natureza defensiva, fato que a Coreia do Norte sabe muito bem", concluiu.

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