'Trump está levando crise coreana para um lugar cada vez mais perigoso'

© AP Photo / Ministério da Defesa da Coreia do SulLançamento do sistema de míssil Hyunmoo II durante manobras conjuntas da Coreia do Sul e dos EUA em local desconhecido, julho de 2017
Lançamento do sistema de míssil Hyunmoo II durante manobras conjuntas da Coreia do Sul e dos EUA em local desconhecido, julho de 2017 - Sputnik Brasil
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O presidente norte-americano, Donald Trump, acusou a Rússia de estar dificultando a desnuclearização da Coreia do Norte por Washington. Em entrevista à Sputnik, Tong Zhao, membro do Centro de Política Global Carnegie-Tsinghua, ressaltou que os comentários de Trump indicam continuidade de sua retórica brusca em relação a Pyongyang.

O especialista em segurança nuclear chinês, Tong Zhao, comentou que, por um lado, o presidente dos EUA "ainda cumpre a resolução de não violência da crise nuclear norte-coreana", mas, por outro lado, ele "pondera solução militar para Coreia do Norte recuar".

"Trump está levando a situação para um lugar cada vez mais perigoso. Em geral, militares norte-americanos têm aumentado a sua prontidão em caso de o seu comandante-chefe decidir apertar o botão contra a Coreia do Norte", notou Zhao.

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Ao responder se os EUA poderiam vir a cumprir o plano sino-russo quanto à Coreia do Norte, Zhao destacou que cada vez mais especialistas norte-americanos "estão reconhecendo que alguns acordos em curto prazo com Pyongyang em conformidade com as propostas, sugeridas pela Rússia e China, pedem ser o único meio real para sair da crise".

Ao mesmo tempo, o analista chinês adicionou que o presidente dos EUA "ainda acredita poder desnuclearizar rapidamente a Coreia do Norte através de uma pressão coerciva".

"Quão mais rápido ele começar a ouvir outros líderes mundiais e os seus próprios conselheiros, mais rapidamente a crise atual pode ser contida", acrescentou.

​De acordo com Tong Zhao, a Rússia, a China e a Coreia do Sul estão preocupadas por "Washington estar comprometida a resolver tensões coreanas, mas não necessariamente pacificamente".

Em entrevista ao canal Fox News na quinta-feira (26), Donald Trump declarou que as boas relações entre os EUA e a Rússia poderiam reduzir as tensões ao redor da questão nuclear norte-coreana.

"A China está nos ajudando e, talvez, a Rússia pode vir a tomar outro caminho, dificultando, assim, o que estamos conseguindo", frisou.

​Moscou acredita que não há outra solução a não ser a diplomática. Juntamente com a China, a Rússia propôs o assim chamado plano "de congelamento duplo", que prevê tanto a interrupção dos testes e programas nuclear e de mísseis norte-coreanos, como das manobras entre EUA e Coreia do Sul.

Por sua vez, Washington recusou a iniciativa sino-russa; nenhuma resposta oficial foi dada por Pyongyang quanto à execução do plano de pacificação.

A Coreia do Norte efetuou uma série de testes de mísseis durante os últimos meses. Em setembro, autoridades norte-coreanas testaram uma bomba de hidrogênio, violando, assim, mais uma vez as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

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