De acordo com o relatório conjunto divulgado pela Record Future e empresa de segurança online Team Cymru, as atividades da Coreia do Norte aumentaram recentemente, o que as empresas identificaram como mineração de bitcoin. O fenômeno foi notado em 17 de maio e permaneceu estável pelo menos até 6 de julho. As empresas, no entanto, apontam que essas são evidências indiretas. Ou seja, são necessárias mais provas para confirmar a teoria.
"Antes disso, não vi nenhuma atividade indicando que [os norte-coreanos] estavam interessados em Bitcoin", disse Priscilla Moriuchi, diretora de desenvolvimento de ameaças estratégicas da Recorded Future, em uma entrevista ao Washington Times.
Os pesquisadores não conseguiram determinar exatamente as capacidades de mineração da Coreia do Norte. Existe um potencial de aumento, todavia, alerta o relatório.
Este não é um caso isolado. Numerosos anteriores, publicados recentemente, afirmam que a Coreia do Norte está cada vez mais interessada em criptomoedas. Como as operações com moedas desse tipo são difíceis de rastrear, o bitcoin e seus similares podem permitir driblar as sanções e realizar e receber pagamentos internacionais sem maiores problemas.
Relatórios ao longo do ano também indicam que a Coreia do Norte estava supostamente conduzindo ataques cibernéticos para roubar bitcoins dos sul-coreanos. Agora Pyongyang também entrou para o ramo de mineiração.
A mineração Bitcoin exige uma grande quantidade de eletricidade. Uma das maiores fazendas de mineração do mundo, localizada na Região Autônoma da Mongólia Interior, na China, consome US$ 39 mil em um único dia, de acordo com Quartz.
A Coreia do Norte, antes das sanções, era um dos 10 maiores exportadores de carvão do mundo. As medidas restritivas internacionais permitem ao país converter o carvão em energia elétrica, o que por sua vez poderá alimentar as fazendas de mineração de bitcoin.
De acordo com Yaya Fanusie, ex-analista antiterrorismo da CIA, citada pelo Washington Times, "Coreia do Norte, ao usar essas tecnologias, não estaria exatamente explorando uma lacuna das sanções, mas demonstrando o poder do próprio Bitcoin".
"Há um jogo de gato e reto evoluindo, e este é o tipo de tecnologia emergente que a [comunidade de inteligência dos EUA] precisa desenvolver conhecimentos para entender", disse Fanusie.
"Somos bons em rastrear bancos tradicionais, mas Bitcoin não é um banco suíço", disse outro ex-oficial de inteligência, que falou apenas sob anonimato. Segundo ele, os EUA não devem subestimar a crescente capacidade online da Coreia do Norte.