Em entrevista ao The Journal Editorial Report da Fox News, Mead começou por destacar a atitude provocante do novo presidente democrata ao ter convidado representantes de Taiwan para sua posse, algo que já não acontecia desde 1979, e que é importante não esquecer que Pequim considera Taiwan parte do território chinês.
Em uma coletiva de imprensa na quinta-feira (25), Joe Biden teria afirmado que os "EUA e aliados procuram competição e não confrontação" com a China e seus outros adversários. No entanto, a imposição de sanções tem sido bastante recorrente em meio à citada competição, podendo ser considerada um aviso da força dos valores norte-americanos.
Perante tais ações, China, Rússia, Irã e, provavelmente, a Coreia do Norte, vão delinear estratégias para contrabalançarem pressões de Washington em seus governos.
Perante este aspecto, algo marcante teria sido a surpresa de Anthony Blinken, secretário de Estado dos EUA, diante da atitude dura da China durante a reunião no Alasca, nos dias 18 e 19 de março. Nesse encontro entre representantes de ambas as nações, Pequim teria apontado as fraquezas e más ações de Washington ao longo do tempo, em uma suposta tentativa de enaltecer a superioridade do gigante asiático.

Russell Mead, contudo, reconhece que "é difícil para [nós] americanos nos vermos como os outros nos veem".
Um fator importante a ter atenção são as respostas estadunidenses ao período pós-crise mundial de 2008, que, supostamente, teriam sido interpretadas por China e Rússia como se os EUA estivessem em declínio. Novamente, a imposição de sanções dos últimos aos seus adversários teria sido vista mais como um ato de fraqueza do que, propriamente, de liderança.
Por essa razão, o acadêmico afirma que os EUA devem se preparar para enfrentarem futuros desafios de tais atores. No entanto, poderá existir uma maneira mais "correta" para o fazer.
Mead apresenta duas sugestões para a administração democrata: em primeiro lugar, Biden e seus representantes deveriam se abster de um "discurso duro" relativo à delicada questão de Taiwan. Em segundo lugar, Washington deveria apostar em um maior desenvolvimento militar, de modo a conseguir intimidar Pequim ou, pelo menos, fazer a China entender que a melhor saída será o diálogo com os EUA, também garantindo que as forças americanas não sairão da região.
O que esperar de aliados europeus?
De acordo com o acadêmico, a Europa avalia a situação da China maioritariamente como um problema econômico, e assim não vê a necessidade de se envolver, juntamente com Washington, em algum tipo de conflito de Guerra Fria com a primeira.
Adicionalmente, alguns Estados europeus, como os países bálticos e a Polônia, têm receio do poder de Moscou, e por isso não seriam favoráveis, de jeito nenhum, a um possível confronto entre Washington e Moscou.
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