Bolívia notifica Argentina que está 'impedida' de continuar fornecendo gás natural

© AP Photo / Dado GaldieriGasodutos em Coroni, região Chapare, na Bolívia
Gasodutos em Coroni, região Chapare, na Bolívia - Sputnik Brasil
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Devido à tomada de uma unidade de produção da empresa petrolífera estatal YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) a Bolívia informou que tem "limitações" para cumprir com o contrato assinado com o país vizinho.

Após os recentes acontecimentos na Bolívia, a empresa estatal YPFB comunicou à Argentina que não poderá continuar enviando gás natural, devido à tomada de uma de suas unidades de produção, divulgou o jornal BAE.

A YPFB informou a empresa Integração Energética Argentina (IEASA) através de uma carta, em que alega que poderia interromper as exportações desse recurso natural devido a limitações verificadas na unidade de hidrocarbonetos Campo Carrasco, no departamento de Cochabamba, que foi tomada por um grupo de pessoas.

"A YPFB, ao encontrar-se impedida de cumprir suas obrigações nos termos do contrato de compra e venda de gás natural, por um acontecimento fora de seu controle, invoca a liberação do cumprimento de suas obrigações devido a um evento de força maior/caso fortuito", adverte a carta, datada da segunda-feira (11).

​EnerNews | Bolívia adverte que poderia interromper o envio de gás natural para Argentina. O comunicado da YPFB.

A empresa boliviana também advertiu que, em razão da crise política que o país atravessa, "não se descarta" que o mesmo ocorra em outras unidades de produção ou de transporte de gás natural, o que poderia agravar a situação.

No entanto, o porta-voz da IEASA comentou à agência Reuters que a carta é "preventiva", e que o envio de gás não se encontra suspenso até o momento.

Ainda que a Argentina conte com sua própria produção de gás, não chega a cobrir completamente sua demanda nos meses de maior consumo. Por esse motivo, em 2006 assinou com a Bolívia um contrato, estipulando a compra diária de em torno de onze milhões de metros cúbicos de gás natural.

O presidente boliviano renunciou ao cargo no domingo (10) por exigência das Forças Armadas do país, que enfrenta uma onda de grandes protestos e violência desde as contestadas eleições de 20 de outubro, vencidas pelo ex-mandatário Morales sob denúncias de fraude. O país andino deste então enfrenta um período de forte incerteza política.

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