A Amazônia brasileira está enfrentando sua pior onda de incêndios florestais desde 2010, provocando protestos globais e preocupa que a destruição de partes da maior floresta tropical do mundo possa prejudicar a demanda pelas exportações brasileiras.
Líderes do grupo dos sete países ricos ofereceram em agosto US$ 20 milhões em ajuda de emergência para ajudar a combater incêndios na Amazônia, um gesto que o Brasil na época criticou como colonialista.
O presidente francês Emmanuel Macron pediu uma aliança mais ampla para proteger as florestas tropicais em todo o mundo, usando a Assembleia Geral das Nações Unidas como uma plataforma para obter apoio.
França, Chile e Colômbia se reuniram à margem do encontro anual de líderes mundiais nesta segunda-feira, apesar da ausência do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, um cético das mudanças climáticas que está promovendo o desenvolvimento na região amazônica.
"Todo mundo pensa 'como vai o Brasil?'", afirmou Macron durante um discurso. "O Brasil é bem-vindo e acho que todo mundo quer trabalhar com o Brasil [...] Ele virá, é preciso uma abordagem muito inclusiva".

Embate com Bolsonaro
Macron reagiu às acusações de Bolsonaro de que Paris não tinha nenhum papel a desempenhar, dizendo que a Guiana Francesa, um território ultramarino francês na América do Sul, compartilhava uma fronteira de mais de 700 km com o Brasil, tornando-o um jogador na proteção de florestas tropicais.
A França contribuirá com US$ 100 milhões dos US$ 500 milhões no pacote, disse Macron. A Alemanha, o Reino Unido e a União Europeia também estiveram entre os contribuintes para investimentos em preservação da biodiversidade e desenvolvimento duradouro.
"Parar o desmatamento e restaurar as florestas degradadas são imperativos globais", destacou o secretário-geral da ONU, António Gutteres, que também falou nesta segunda-feira na Cúpula de Ação Climática da ONU.
"Para cada dólar gasto restaurando florestas degradadas, até US$ 30 podem ser recuperados em benefícios econômicos e redução da pobreza", acrescentou Gutteres.
Acredita-se que muitos dos incêndios que varrem a Amazônia tenham sido deliberadamente iniciados no Brasil, com ambientalistas culpando especuladores que queimam vegetação para eliminá-la na esperança de vender a terra para agricultores e pecuaristas.
A Amazônia é frequentemente descrita como "os pulmões do mundo" devido à sua vasta capacidade de absorver dióxido de carbono.
"Quando destruímos as florestas do mundo, levamos ainda mais espécies à extinção, diminuímos a capacidade da natureza de lidar com as mudanças climáticas e prejudicamos os meios de subsistência de milhões de pessoas", avaliou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
"O Reino Unido reconhece que estamos em um ponto crítico e que a ação agora é urgente e essencial", complementou.
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)