Segundo a empresa, o Peru é o oitavo país com o qual consegue um acordo corporativo para uma colaboração efetiva. Anteriormente, assinou este tipo de acordos com Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Panamá, Equador e Guatemala.
Para o Peru, o acordo é o primeiro do gênero em sua história e pode levar à prisão de quatro ex-presidentes: Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Kuczynski (2016-2018)
Rafael Vela, chefe da equipe de procuradores que investigam a elite política do Peru, disse em uma conferência no consulado peruano na cidade brasileira que as negociações com a Odebrecht permitirão o acesso a "informações muito valiosas" para evitar a "impunidade". Em troca de entregar "todas as informações" exigidas pelos promotores, a construtora continuará a operar no Peru, mas dentro de 15 anos deverá pagar uma reparação de US$ 228 milhões, incluindo juros e impostos.
A promotoria está investigando quatro grandes projetos de infraestrutura no Peru: uma rodovia que liga o Brasil à costa do Oceano Pacífico do Peru, o metrô de Lima e duas estradas localizadas na região andina de Cusco e em Callao, o principal porto do Peru.
Sabe-se que a empreiteira brasileira pagou subornos, mas ainda não se sabe quem recebeu.O promotor Vela indicou que poderá receber todo tipo de informação de 77 funcionários da empresa e também dos sistemas de computador criptografados chamados "MyWebDay" e "Drousys" que a Odebrecht usava para esconder seus pagamentos ilegais.
A promotoria peruana, em troca, concordou em não usar as informações obtidas contra os funcionários da Odebrecht e arquivar os processos em andamento relacionados com os processos judiciais decorrentes do acordo.
Um dos ex-executivos da empresa, que deve fazer declarações importantes, é Jorge Barata, que foi o principal representante da empresa no Peru por mais de uma década.
A Odebrecht disse em um comunicado que "continuará buscando entendimentos semelhantes com outros países onde opera, para ter mais segurança jurídica" para suas operações atuais.
Em 2016 a construtora admitiu em um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos que pagou cerca de US$ 800 milhões em propinas a políticos de toda a América Latina, incluindo vários governos do Peru.
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