Os modelos serão os populares Kwid (Renault), Mobi (Fiat), Ka (Ford) e Onix (Chevrolet) e contarão com todos os benefícios da garantia original de fábrica de cinco anos. Hoje, o mercado paraguaio consome cerca de 80 mil carros por ano, dos quais 60% são de veículos importados de segunda mão, principalmente do Japão e da Coreia do Sul.
De Assunção, o diretor do Centro Empresarial Brasil-Paraguai (Braspar), Wagner Weber, disse à Sputnik Brasil que o acordo vai ampliar a liderança que as montadoras brasileiras já desfrutam hoje no país vizinho, desbancando as montadoras coreanas. De janeiro a outubro deste ano, as exportações brasileiras de veículos para o Paraguai (incluindo comerciais leves, caminhões e ônibus) cresceran 236% em relação a igual período de 2016, totalizando 10.915 unidades e US$ 121 milhões.
"A Suprema Corte (paraguaia) permitiu a importação de veículos usados, e o governo está querendo acabar com isso, renovando a frota e por isso estão promovendo a venda de veículos 0km a preço de veículo usado trazido do Japão. Eles são importados via Porto de Iquique, no Chile, e trazidos para o Paraguai", diz o empresário.
Weber diz que o acordo é vantajoso para o consumidor paraguaio e também para a indústria local. Para o consumidor, porque ele pagará uma prestação de cerca de R$ 460 por mês (900 mil guaranis) com juro zero e terá garantia de cinco anos do fabricante. Para a indústria, porque permitirá a abertura de fábricas para atender a nova demanda. A ideia é assinar também um acordo automotivo com o Paraguai, nos moldes dos que existem entre Brasil, México e Argentina.
"O acordo, previsto para abril de 2018, vai inclui veículos automotores e também autopeças. Temos uma grande procura hoje de empresas brasileiras querendo terceirizar a produção de autopeças no Paraguai e não temos estamparias. Temos uma indústria metalúrgica bastante interessante, que consome 500 mil toneladas de aço por ano e 400 mil de laminados, mas não temos estamparias para peças pequenas. Com esse acordo e a possível instalação de uma montadora no Paraguai, isso vai atrair cada vez mais empresas do setor de autopeças, havendo parcerias com empresas brasileiras", diz o diretor da Braspar.
Weber diz que a frota paraguaia hoje é de 2 milhões de veículos e 2 milhões de motos. O último levantamento do censo do governo revela que quase 70% dos lares têm veículos próprios, um índice elevado de motorização para o país, que investe agora na renovação da frota, inclusive a de ônibus. O diretor da Braspar lembra que até 2015 a maior importação de veículos novos vinha da Coreia do Sul, em segundo a China e em terceiro o Brasil. A partir de 2016, no entanto, as montadoras brasileiras assumiram a liderança do mercado.
Procurada pela Sputnik Brasil, a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não respondeu ao pedido de entrevista até o fechamento da edição.
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