Para Kramer, a reunião dos chanceleres latino-americanos em Washington é mais uma tentativa para uma solução negociada para uma crise que hoje ele considera não ser mais política, mas humanitária. Na opinião do professor, a permanência do presidente Nicolás Maduro no poder é um desapego às regras democráticas.
"Eu morro de rir quando as pessoas falam nos talk shows de rádio e TV, artigos de jornal e revista, e dizem 'está uma porcaria, mas as instituições são sólidas'. As instituições nunca foram sólidas em 'nuestra américa', porque a tradição patrimonialista é muito forte. Os grupos, todos eles, se apropriam do poder como se fossem da sua casa e as instituições formais acabam sofrendo porque não têm cultura de raízes num solo de cultura política muito profunda. O que havia de institucionalidade lá foi destruída, não pelo Maduro, mas antes pelo Chávez", afirma Kramer.
Para o professor da UnB, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) não tem o que contribuir no esforço de entidades internacionais em buscar uma solução negociada para a Venezuela, que já conta com a intermediação do próprio Vaticano.
"Na minha opinião, a Unasul é mais uma invenção infeliz do bolivarianismo, é parte interessada. A Unasul não pode participar desse processo a não ser que a gente queira que esse processo se deteriore ainda mais", afirma Kramer, para quem a primeira providência hoje seria tirar Maduro da presidência. Na visão do professor da UnB, enquanto não houver um 'racha' do establishment militar, vai ser muito difícil uma solução, e a tendência é que a crise ainda vá se prolongar durante muito tempo.
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