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Especialista explica dilema de Israel: ruim se retaliar o Irã e condenado se não o fizer

© Sputnik / Sergei GuneevPrimeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu
Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu - Sputnik Brasil, 1920, 18.04.2024
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O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sinalizou na quarta-feira (17) que Israel decidiria por si próprio como responder ao ataque retaliatório do Irã. No entanto, Washington instou Tel Aviv a mostrar moderação.
O gabinete de guerra de Israel se reuniu na terça-feira (16) para discutir uma eventual resposta ao ataque do Irã no sábado (13), mas não chegou a uma conclusão. Na quarta-feira (17), Netanyahu disse em uma reunião de gabinete que embora os aliados de Israel tenham fornecido todo o tipo de sugestões e conselhos a Tel Aviv, o Estado judeu escolherá as opções por si próprio.
"Quero deixar claro: tomaremos as nossas próprias decisões e o Estado de Israel fará tudo o que for necessário para se defender", prometeu Netanyahu.
Porém, o presidente dos EUA, Joe Biden, e os seus homólogos europeus instaram Israel a mostrar moderação e evitar um conflito regional em grande escala, prometendo atingir o Irã com novas sanções devido ao último ataque com mísseis.

"O fator EUA é muito significativo", disse à Sputnik Grigory Lukianov, pesquisador do Centro de Estudos Árabes e Islâmicos do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia. "Os Estados Unidos não estão interessados em escalar o conflito. Se a atual administração dos EUA apoiar a [resposta militar] de Israel antes das eleições, certamente perderá literalmente o apoio dos eleitores muçulmanos americanos", observou ele.

Os líderes militares e políticos israelenses não parecem ver as sanções como uma resposta proporcional ao ataque do Irã, que prejudicou a imagem de Tel Aviv e possivelmente expôs algumas lacunas graves nas defesas aéreas do Estado judeu, segundo o especialista.
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Lukianov explicou que um dos elementos mais cruciais do conceito de segurança de Israel ao longo dos anos tem sido o princípio de que qualquer ataque em solo israelense não ficaria impune.
No entanto, a recente mudança do Irã na sua doutrina de segurança para uma "contenção ativa" perturbou o jogo geopolítico na região. Isto significa que qualquer ataque israelense contra cidadãos iranianos no território do Irã, Síria, Líbano ou qualquer outro Estado do mundo será recebido com ataques em territórios israelenses.
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou durante o desfile anual do Exército do país em Teerã, na quarta-feira, que mesmo o "mais leve" ataque de Tel Aviv ao Irã será "lidado com ferocidade e severidade". Raisi chamou o contra-ataque iraniano de sábado de "limitado e punitivo", sugerindo que uma resposta militar mais forte do Irã teria varrido Israel do mapa do Oriente Médio.
Tendo em conta os recursos gastos por Israel em sua ofensiva contra o Hamas em Gaza e os riscos de escalada do conflito, Israel precisa escolher uma solução equilibrada que ao mesmo tempo possa servir como um golpe de relações públicas para Tel Aviv.
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Para Lukianov existem quatro cenários potenciais. Um deles "poderia incluir métodos de guerra híbridos" com ferramentas e armas cibernéticas visando "um golpe para a infraestrutura [do Irã], bem como para a inteligência, a gestão e todas as outras funções do Estado", observou.

A segunda opção, diz Lukianov, envolve a realização de um ataque direcionado à infraestrutura militar do Irã, tais como bases militares e instalações que produzem mísseis e veículos aéreos não tripulados — ou ainda a infraestrutura relacionada ao programa nuclear do país.
Segundo o analista ainda é possível que células do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em diversos países) sejam usadas pela inteligência de Israel, associada a Washington, para realizar ataques de sabotagem no país, ou ainda, adotar o objetivo de liquidar líderes iraquianos.
No entanto, dada a ameaça de uma escalada drástica entre Israel e o Irã e o fato de a economia do Estado judeu ter contraído cerca de 20% após a eclosão da guerra de Gaza (que ainda não terminou), Tel Aviv ainda hesita com a resposta.

"Isto obriga a liderança israelense a reduzir as suas ambições políticas e a adiar um ataque retaliatório, arriscando assim a segurança estratégica de Israel a longo prazo", argumenta Lukianov. "Na verdade, Israel não tem alternativa à máxima de que 'qualquer ataque será recebido com retribuição'. Quanto mais Israel atrasar a sua resposta, mais perderá", concluiu.

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