OTAN pode ser atraída para o conflito de Taiwan, diz relatório da universidade da aliança

De acordo com um relatório da Universidade de Defesa da OTAN divulgado na segunda-feira (15), a aliança poderá se envolver em um potencial conflito em Taiwan se os combates atingirem o território dos Estados Unidos no Pacífico.

O relatório nomeado "A OTAN e uma contingência em Taiwan" foi escrito por James Lee, pesquisador assistente do Instituto de Estudos Europeus e Americanos da Academia Sinica de Taiwan. No relatório, Lee examina se um ataque armado da China desencadearia o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte.

O documento da instituição que prepara futuros funcionários da OTAN é um relatório acadêmico e não a posição formal do bloco, mas a análise da situação da ilha em relação à OTAN é rara e pode servir de referência no planejamento estratégico da aliança.

"Se as hostilidades se limitarem às imediações de Taiwan ou da primeira cadeia de ilhas, então é improvável um desencadeamento do Artigo 5", afirma o documento referindo-se às ilhas que ligam Okinawa, no Japão, a Taiwan e às Filipinas.

Mas o artigo também analisa o que poderá acontecer se um conflito se agravar ao ponto de um ataque chinês às instalações militares norte-americanas no Havaí, por exemplo.

No caso, o documento sugere que o Artigo 5º poderia ser invocado, mas que, mesmo assim, "o âmbito de ação por parte dos aliados seria relativamente limitado".

Lee também analisa a forma como os países europeus podem cooperar com os EUA em diferentes cenários de contingência.

Washington poderia apelar aos aliados da OTAN para imporem sanções à China ou aos membros da aliança que operam na região Indo-Pacífico – como Reino Unido, França, Alemanha e Canadá – a apoiar as operações norte-americanas.

Observando o risco de "uma janela de vulnerabilidade na Europa" se os EUA concentrarem ativos no Indo-Pacífico, o relatório diz que Washington e a OTAN deveriam considerar trabalhar em conjunto no planejamento de contingência.

"Uma contingência sobre Taiwan não só teria um impacto devastador na economia global, mas também teria o potencial de envolver os Estados Unidos em um conflito direto com um concorrente quase igual [a China]", afirma o documento.

Pequim vê Taiwan como uma província renegada que pertence por direito à China no âmbito da política de Uma Só China.

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