Rússia tem como prioridade formar uma nova arquitetura de segurança na Eurásia, diz Lavrov

O território da Eurásia (que inclui Ásia, Europa e também o Oriente Médio) possui ligação direta com as disputas em curso no mundo e necessita de uma nova forma de segurança, acredita a chancelaria russa.

Segundo o chanceler, a ação tem protagonismo na política externa russa dada a "degradação das instituições euro-atlânticas como a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa [OSCE]".

"Dada a completa degradação da OSCE como símbolo euro-atlântico, coloca-se como primeiro plano a tarefa de formar uma nova arquitetura de segurança igual e indivisível na Eurásia, chamada a completar e fortalecer a formação do extenso espaço eurasiano, que foi mencionado em várias ocasiões pelo presidente [Vladimir] Putin e está sendo formado graças aos esforços conjuntos da União Econômica da Eurásia, da Organização para Cooperação de Xangai, da Associação das Nações do Sudeste Asiático e da Comunidade de Estados Independentes", enfatizou Lavrov.

Ao mesmo tempo, o ministro acredita que "o fortalecimento deste processo contribuirá para a formação de uma base econômica sólida que permita promover a questão da segurança no imenso continente euroasiático", acrescentou.

Lavrov também recordou que em outubro de 2023 já foram empreendidos trabalhos práticos para lançar as bases para tal sistema.

"A Rússia participou na conferência internacional organizada por Belarus em Minsk – que então presidiu a Organização do Tratado de Segurança Coletiva [OTSC] – e que foi dedicada às perspectivas de formar um sistema de segurança eurasiano. Esse trabalho continua no âmbito de vários fóruns", especificou o chanceler.

No mês passado, Lavrov denunciou que o Ocidente sonha em retirar a Rússia da OSCE, uma vez que "não gosta de ouvir sua opinião", mas o chanceler enfatizou que Moscou "seguirá emitindo sua opinião no organismo sem se afastar do mesmo", conforme noticiado.