Continuidade do conflito na Ucrânia piora a situação para Kiev, diz chanceler húngaro

Quanto mais tarde as negociações de paz na Ucrânia começarem, pior será para Kiev, já que o sucesso da Rússia no campo de batalha ficou evidente para todos nas últimas semanas e meses, disse o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto.

"Há meses que ouço no Conselho de Ministros das Relações Exteriores que os ucranianos têm tentado ganhar uma posição no campo de batalha a partir da qual eles poderiam começar as negociações de uma maneira mais favorável. Nas últimas semanas e um par de meses, ficou claro para todos que não havia tal cenário e, se houvesse, ele falhou. O tempo está claramente do lado da Rússia, os russos são bem-sucedidos no campo de batalha. Quanto mais tarde houver um cessar-fogo e as negociações começarem, pior será para a Ucrânia", disse o chanceler húngaro à rádio nacional Kossuth Radio.

A OTAN é uma aliança defensiva, não ofensiva, disse Szijjarto, acrescentando que ela não tem uma missão para atacar ninguém.

"Portanto, espero sinceramente que todos os países da OTAN sejam capazes de se comportar de forma responsável nos próximos tempos. As declarações que os políticos da Europa Ocidental fizeram uns após os outros anteriormente são extremamente irresponsáveis e perigosas, também porque em uma situação tão tensa não apenas as ações são de notável importância, mas as palavras também", acrescentou o chefe da diplomacia húngara.

Budapeste, desde o início do conflito na Ucrânia, vem constantemente apelando a um cessar-fogo e negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, e se opôs a sanções contra a energia russa. Em março de 2022, o parlamento húngaro proibiu a entrega de armas para a Ucrânia a partir do território do país.