Zelensky concede plenos poderes ao chefe militar da Ucrânia para 'ajustes no Exército'

O comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Aleksandr Syrsky, recebeu total liberdade para fazer quaisquer mudanças de pessoal nas fileiras militares, conforme anunciou o presidente Vladimir Zelensky.

Em vídeo publicado nas suas redes sociais neste domingo (3), o mandatário declarou que "todos os dias, o chefe do Exército e os comandantes estão na linha de frente, exatamente onde devem estar".

"O chefe do Exército tem carta branca para fazer mudanças de pessoal no Exército, nos quartéis-generais, qualquer mudança. Todos os comandantes ucranianos devem conhecer a linha de frente, sentir a linha de frente, as necessidades reais. Eles devem estar realmente com os soldados e sargentos. Ser o que precisam ser para alcançar os objetivos ucranianos", disse.

Zelensky acrescentou que, após o retorno do chefe militar da zona de combate, no início da próxima semana, ele espera "um relatório detalhado e propostas concretas sobre novas mudanças e ações".

Syrsky assumiu o cargo no início de fevereiro, e desde então as forças ucranianas recuaram na linha de frente.

As Forças Armadas da Rússia conseguiram libertar várias localidades no Donbass, principalmente Avdeevka, importante bastião do Exército ucraniano desde 2014.

Após essa perda, o chefe militar responsabilizou alguns comandantes por cometerem erros de cálculo, admitindo que tomaria decisões em relação ao pessoal em certos casos.

Syrsky substituiu Valery Zaluzhny no cargo, após semanas de rumores de que Zelensky pretendia destituir o general, com quem mantinha tensões há algum tempo.

Ao anunciar a renovação nas Forças Armadas, o mandatário ucraniano disse que todos os comandantes terão, a partir de agora, a mesma "visão" sobre o conflito.

O atual chefe militar da Ucrânia anteriormente comandou as Forças Terrestres do país. Syrsky ganhou certa impopularidade em alguns setores do Exército, especialmente pela defesa mal sucedida da cidade de Artyomovsk, tomada pelas forças russas em maio do ano passado.