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Operação militar especial russa
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Instituição dos EUA: Ocidente sacrifica cinicamente vidas ucranianas por um 'negócio muito bom'

© Sputnik / Evgeny BiyatovMilitares russos se preparam para disparar um obuseiro autopropelido Giatsint-S em direção às posições ucranianas em Krasny Liman, ou Liman, setor da linha de frente em meio à operação militar russa na Ucrânia. Rússia, 30 de janeiro de 2024
Militares russos se preparam para disparar um obuseiro autopropelido Giatsint-S em direção às posições ucranianas em Krasny Liman, ou Liman, setor da linha de frente em meio à operação militar russa na Ucrânia. Rússia, 30 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 27.02.2024
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Apoiadores ocidentais da continuação do conflito na Ucrânia demonstram um cinismo notável sobre o massacre humano envolvido no país, escreve o think tank (instituições ou grupos de especialistas com a missão de refletir sobre assuntos relevantes) com sede em Washington, D.C. Instituto Quincy para Política Responsável (QI, na sigla em inglês).
Os especialistas da instituição apresentam o conflito na Ucrânia como uma rara chance de prejudicar a Rússia — sem a necessidade de envolver diretamente os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Além disso, o QI cita ainda políticos e figuras midiáticas proeminentes que são "favoráveis a uma guerra prolongada e aberta e mais contra os tipos de negociações de paz que poderiam encurtá-la".
Mas o think tank foi além ao apontar que o aumento desse tipo de retórica é anterior ao projeto que tentou um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia em 2022, mediado em Istambul, apenas um mês após o início da operação militar especial.
O político ucraniano David Arakhamia, que chefiou a delegação ucraniana durante as negociações com a Rússia em Belarus e na Turquia em 2022, disse, em novembro do ano passado, que o então primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, persuadiu Kiev a sair do plano de paz no último minuto.

"Quando voltamos de Istambul, Boris Johnson veio a Kiev e disse que não assinaríamos nada [com os russos] de jeito nenhum. E [disse] 'Vamos continuar lutando'", disse Arakhamia.

Políticos ocidentais têm sido igualmente belicosos. Josep Borrell, comissário não eleito da União Europeia para Assuntos Externos, declarou em abril de 2022 que o conflito seria "vencido no campo de batalha". O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ecoou Borrell no mesmo mês, afirmando que Washington queria ver a Rússia "enfraquecida a ponto de não poder fazer as coisas que fez" ao lançar a operação militar especial.
Desde então, líderes dos EUA e da Europa têm rejeitado os gestos de paz. "Quatro meses depois do início disso, gosto do caminho estrutural em que estamos", afirmou o senador dos EUA Lindsey Graham no início do conflito, lembrou o QI. Mais tarde, o senador acrescentou que a aliança dos EUA com a Ucrânia no conflito era "o melhor dinheiro que já gastamos".
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Em agosto de 2023, o senador democrata Richard Blumenthal argumentou em um artigo de opinião que "[os americanos] deveriam estar satisfeitos por estarmos obtendo nosso dinheiro de volta em nosso investimento na Ucrânia", pois "por menos de 3% do orçamento militar de nossa nação, permitimos que a Ucrânia degradasse pela metade a força militar da Rússia", e "tudo isso sem uma única mulher ou homem de serviço americano ferido ou morto".
"É uma quantia relativamente modesta com que estamos contribuindo, sem sermos solicitados a arriscar a vida e os membros", disse o senador republicano do Mississippi Roger Wicker em fevereiro de 2023. "Os ucranianos estão dispostos a lutar por nós se o Ocidente lhes der os recursos. É um negócio bastante bom."
"Nenhum americano está sendo morto na Ucrânia. Estamos reconstruindo nossa base industrial. Os ucranianos estão destruindo o Exército de um de nossos maiores rivais. Tenho dificuldade em encontrar algo de errado com isso", disse o líder da minoria republicana no Senado dos EUA, Mitch McConnell, à imprensa americana há quatro meses.
"Ajudar a Ucrânia, dar dinheiro à Ucrânia é a maneira mais barata possível para os EUA aumentarem sua segurança," afirmou Zanny Minton Beddoes, editora-chefe da revista britânica The Economist, no programa Daily Show, do apresentador Jon Stewart, recentemente. "A luta está sendo feita pelos ucranianos, são eles quem estão sendo mortos."
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou na terça-feira (27) que a Ucrânia perdeu mais de 444 mil soldados, entre mortos e feridos, desde o início da operação militar especial em 2022.

"O que é repugnante nisso não é apenas a maneira leviana como trata a escala inimaginável de perda de vidas, a incapacidade permanente e crises emergentes de longo prazo vivenciadas pelos ucranianos — como meros grãos de ábaco a serem movidos em uma análise de custo-benefício centrada nos Estados Unidos e seus aliados da OTAN," escreveu o think-tank de Washington sobre a avaliação do Ocidente do conflito.

O QI argumentou que, longe de serem "dispostos", "determinados" e prontos para "lutar até o último homem", muitos ucranianos demonstraram que não querem arriscar suas vidas. A instituição destacou que muitos homens ucranianos em idade de alistamento fugiram do país para evitar o conflito, enquanto outros subornaram oficiais da Comissão Médica Militar (MMC, na sigla em inglês) para serem considerados incapazes para o serviço militar. Os ucranianos assinaram petições contra as práticas de alistamento agressivo.
Para jogar mais ucranianos na batalha, o regime de Kiev autorizou várias ondas de mobilização forçada. Ele pediu à UE que extraditasse os desertores do serviço militar, ordenou uma revisão completa de todas as isenções de mobilização concedidas na Ucrânia a partir de 24 de fevereiro de 2022 e, mais recentemente, propôs uma nova lei de mobilização baixando a idade do recrutamento, criando um banco de dados central de recrutas em potencial e convocando homens mais velhos e menos saudáveis.
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"Parece cada vez mais que muitos dos que estão mais entusiasmados em manter a guerra em andamento e evitar um fim negociado não são, como continuamos ouvindo, os ucranianos mais propensos a serem mortos ou feridos no combate," argumenta Branko Marcetic, do instituto. "Em vez disso, são políticos e comentaristas muito distantes da linha de frente, em outros países, que veem sua morte e destruição como se fosse um jogo de tabuleiro — ou, em suas palavras, como um 'bom negócio', uma 'pechincha' e um investimento satisfatório para seus próprios países."
Um recente relatório do New York Times sobre uma rede de 12 bases secretas da CIA estabelecidas ao longo da fronteira da Ucrânia com a Rússia após o golpe Euromaidan, de 2014, sugere que o plano de conflito já estava em gestação há muito tempo.
Em entrevista à Sputnik em 21 de fevereiro, o ex-analista da CIA Larry Johnson disse que a Ucrânia foi imediatamente transformada em um proxy militar dos EUA após o golpe.
"Antes de 2014, você não via muitos exercícios da OTAN com a participação da Ucrânia. Após 2014, a Ucrânia, embora não fosse formalmente membro da OTAN, era regularmente incluída nesses exercícios anuais conjuntos, o que significava que a Ucrânia então se tornou um proxy para uma Guerra Fria," disse Johnson. "Ela se tornou um proxy para o Ocidente lutar contra a Rússia. E acho que é por isso que eles estavam lentamente construindo a Ucrânia."
"Na essência, o que se resume é que o Ocidente simplesmente decidiu que queria pegar a Rússia. No cerne disso, eles estavam procurando uma estratégia de longo prazo para isolar a Rússia. E a chave para isso era trazer a Ucrânia para o campo ocidental, trazer a Ucrânia para a OTAN, trazer a Ucrânia para a UE e, portanto, isolar completamente, pelo menos eles achavam que poderiam isolar a Rússia. Porque eu acho que pelo menos havia algum reconhecimento em alguns círculos governamentais de que a Rússia tem uma riqueza enorme e recursos naturais. E é melhor para nós tê-los do que para a Rússia tê-los. Acho que essa era a atitude", concluiu Johnson.
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