Lavrov: UE recomenda à Ucrânia apostar em armas de longo alcance para atingir 'coração da Rússia'

De acordo com os dados russos, a União Europeia (UE) fez recomendações para a Ucrânia de que é preciso apostar no fornecimento de armas de longo alcance para "atingir o coração da Rússia", disse o chanceler russo Sergei Lavrov nesta sexta-feira (16).

Durante o seu discurso na conferência Euromaidan: a Década Perdida da Ucrânia, Lavrov disse também que os instrutores ocidentais ajudam diretamente a direcionar os ataques das tropas ucranianas para alvos russos, e o Ocidente participa da guerra contra a Rússia.

"Que o Ocidente declarou guerra contra nós, não há nenhuma dúvida sobre isso, eles nem escondem isso. E embora eles digam de todas as maneiras que 'estão apenas armando a Ucrânia, e ela está lutando por si mesma', todos entendem que isso é uma mentira. Os instrutores ocidentais supervisionam como é realizado o planejamento pelo Estado-Maior Geral da Ucrânia, ajudam a direcionar para os alvos, já temos 100% de certeza", disse o chefe da diplomacia russa.

Ele destacou que "o mais importante em uma guerra são as estratégias, e as estratégias não estão em Kiev, mas longe".

"De acordo com os nossos dados, o Serviço Europeu para a Ação Externa fez recomendações para a Ucrânia, que presumem que os métodos pelos quais a Ucrânia está atualmente lutando não terão sucesso e a Ucrânia perderá. Por isso, é necessário apostar na transferência para a Ucrânia de armas de maior alcance ainda, para que elas como a União Europeia descreve isso 'atinjam o coração da Rússia', e assim novamente semear confusão e pânico e minar a confiança do povo", declarou Lavrov durante o seu discurso.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia observou que o limite dos "gestos de boa vontade" de Moscou no contexto da restauração das relações entre a Rússia e o Ocidente está esgotado, os países ocidentais não retribuíram as "boas ações" da Rússia.

Após a entrevista do presidente russo Vladimir Putin ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, ficou claro que até agora a sociedade nos EUA vivia em um bloqueio completo de informação, observou Lavrov.

Por fim, o chanceler russo disse que na questão do diálogo com a Ucrânia, a bola não está do lado da Rússia, primeiro o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, deve revogar o decreto que proíbe negociações com Moscou.

"Repito mais uma vez sobre a existência do decreto de Zelensky, que proíbe negociações com o governo do [presidente russo Vladimir] Putin. Nosso presidente tem repetidamente dito, quando o Ocidente fazia tais perguntas: 'Façam com que ele rescinda esse decreto e diga isso publicamente.' A bola não está do nosso lado, todo o mundo entende isso", disse Lavrov.