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Economista: Europa está 'em uma crise terminal' com a China e aliados que a 'desafiam'

© AP Photo / Petros GiannakourisGuarda presidencial grega enquadrada pelos restos de uma bandeira da União Europeia, parcialmente queimada pelos manifestantes em Atenas, 1º de maio de 2013
Guarda presidencial grega enquadrada pelos restos de uma bandeira da União Europeia, parcialmente queimada pelos manifestantes em Atenas, 1º de maio de 2013 - Sputnik Brasil, 1920, 15.02.2024
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Pequim reagiu com raiva à notícia de que a União Europeia (UE) planeja punir três empresas chinesas como parte do 13º pacote de sanções do bloco contra a Rússia. Neste contexto, o economista Richard Wolff destaca à Sputnik que o bloco europeu está "em uma crise terminal".
A medida da UE surge na sequência de alegações de que empresas indianas e chinesas teriam ajudado a Rússia a "contornar" as sanções impostas pelo bloco, fornecendo-lhe componentes eletrônicos utilizados na fabricação de drones e outros equipamentos militares. Pequim classificou as restrições da UE como "ilegais" e criticou a "jurisdição de longo alcance" contra as suas empresas.
China se beneficiou nos últimos meses das sanções ocidentais contra a energia russa, que prejudicaram a competitividade europeia, forçando as empresas na Alemanha e em outros países da UE a aumentar os preços, confiando no gás natural liquefeito norte-americano, que é muito mais caro. Neste sentido, as tentativas da UE de punir as empresas chinesas podem ser vistas como uma tentativa de restringir a concorrência em um momento em que a Europa enfrenta a crise econômica e a desindustrialização. O economista Richard Wolff sublinhou à Sputnik que a Europa está agora em uma "crise terminal".
"A Europa, que tem sido uma espécie de ator dominante em todo o mundo durante alguns milhares de anos, está em uma [...] crise tão profunda que pode ser algo que olhamos para trás e chamamos de crise terminal, a última porque ela literalmente pode não sobreviver", disse Wolff.
"Por um lado, [o bloco europeu] está sendo superado pelos EUA, que de qualquer forma os dominaram durante os últimos 75 anos [...]. Mas agora o novo ator na economia mundial, a China e os seus aliados, geralmente conhecidos como BRICS [Brasil, Rússia, Índia e África do Sul], estão competindo e desafiando a Europa do outro lado do planeta, por assim dizer, significa que a Europa está presa entre eles", observou o economista.
Exposição em homenagem ao 82º aniversário do desfile militar na Praça Vermelha, com Kremlin no fundo, em Moscou, Rússia, foto publicada em 5 de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 04.02.2024
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Wolff destacou que as diferenças culturais, históricas e linguísticas entre os países da UE minaram as tentativas de unificar o continente nas últimas décadas. Nas suas palavras, a Europa é agora um "parceiro júnior" preso entre o bloco econômico do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) liderado pelos EUA e os países do BRICS liderados pela China.
Enquanto a Europa se beneficiou anteriormente da sua relação com a Rússia sob a forma de gás natural barato, Moscou se voltou agora para Pequim e as outras nações do bloco BRICS. Se a solidificação de novas alianças prejudicou economicamente a Europa, beneficiou a Rússia, que tem conseguido vender o seu petróleo e gás à Índia e à China, destacou o economista.
"O rublo russo está em boa forma. A economia russa está crescendo mais rapidamente do que no ano passado, [mais rápido] do que a dos EUA, e não está em colapso", insistiu o economista, observando que, entretanto, "ninguém compra produtos europeus ou produtos alemães", o que contribui para "uma Europa real e gravemente ferida".
A primeira vice-diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, admitiu que as sanções ocidentais não conseguiram impedir a Rússia de vender energia no mercado mundial, observando que o país conseguiu "exportar grandes quantidades de petróleo apesar do teto de preços, tendo ganhado um grande montante em termos de receitas de exportação".
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